LÍNGUA DE FOGO – A falta de voos em RO e o silêncio do MPF; esse angú, tem caroço

Chegaram as férias, e o turismo de entrada e saída de Rondônia se debate com o terrível obstáculo de ausência de voos, com rotas aéreas para os destinos nacional e internacional.

Temos aeroporto internacional, mais não temos empresas aéreas com voos suficientes para atender a demanda, tanto de saída quanto de entrada de passageiros no estado.

Tudo porque o rondoniense aprendeu a usar seus direitos de cidadão e apelar para a justiça quando se sente prejudicado por algum ente físico ou jurídico. No caso, pela má qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas aéreas Azul e Gol. Como reclamaram muito, elas, em retaliação, suspenderam os voos para o estado.

Ano passou, e não adiantaram as intervenções políticas, tanto da Assembleia Legislativa quanto de alguns membros da bancada de Rondônia no Congresso Nacional. Nem tampouco as audiências públicas realizadas até agora.

Elas, a Gol e a Azul,  querem que o governo de Rondônia lhe ofereça alguma compensação financeira para cobrir os custos e perdas com as demandas judiciais de nossos cidadãos. Ao invés de melhorar a qualidade dos serviços e pedir desculpa aos clientes ofendidos, castigam o estado suspendendo as operações aéreas e causando gravíssimos prejuízos à sociedade.

É aí que deveria entrar o MPF coadjuvado, talvez, pelo MP rondoniense, em defesa de significativa parcela da sociedade brasileira. Mas não o fez. E há de se perguntar: por que?

A Agência Nacional de Aviação Civil(ANAC), que foi criada para regular e fiscalizar as atividades da aviação civil e a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária no Brasil, se manifestou, numa ocasião, lavando as mãos para o caso. E ninguém denunciou ou cobrou da agência, o cumprimento de suas funções e o descaso com uma unidade da Federação do Brasil, neste caso, Rondônia.

Com exceção de uma ação civil pública perpetrada pela Prefeitura de Porto Velho na Justiça Estadual, nada mais efetivo existe buscando solucionar o problema. Com a arrogância exibida até agora, é até possível que estas empresas venham a desprezar qualquer medida coercitiva decorrente desta ação. No Brasil de hoje, tudo pode acontecer.

Sei não, mas acho que esse angú tem outro caroço. E ele vem do fruto podre da árvore envenenada da política em Brasília. Mas notadamente, do Palácio do Planalto mesmo.

Afinal, Rondônia é, majoritariamente, do espectro político da direita, tem o agronegócio como principal renda e despejou 70% dos seus votos em Bolsonaro. Daí, o claro descaso da ANAC, sem nenhuma consequência.

Só o senador Confúcio Moura pode tirar Rondônia desta enrascada. Ele é amigo e cumplice do rei. Um telefonema do ‘Magnífico’ ao ministro dos transportes, que sequer fala do problema, pode destravar as barreiras e fazer com que o Aeroporto Internacional Jorge Teixeira volte a ser, pelo menos, um aeroportozinho estadual, com condições de receber as portentosas aeronaves das todas poderosas Gol e Azul.    

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Fonte: noticiastudoaqui.com