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O BRASIL AFUNDA - Bolsa cai 2,08% e dólar sobe para R$ 5,45 no 3º dia de Lula

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A moeda dos Estados Unidos fechou no maior nível desde 22 de julho, quando estava a R$ 5,50; atingiu R$ 5,46 na máxima

 

Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), terminou o 2º pregão do ano em queda de 2,08%, aos 104.165 pontos. A mínima do dia foi de 103.852 pontos, o que representa um recuo de 2,37%. Já a cotação do dólar comercial subiu para R$ 5,45, com alta de 1,72%.

A moeda dos Estados Unidos fechou no maior nível desde 22 de julho, quando estava a R$ 5,50. Atingiu R$ 5,46 na máxima. A Bolsa já havia retraído 3,06% na 2ª feira (3.jan.2023). Também fechou com queda de 2,45% em dezembro.

O Ibovespa recuou 5,07% nos últimos 2 dias de pregão. Há uma grande apreensão de parte do mercado com a política econômica e fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A percepção é que os riscos aumentaram e o time ministerial do governo não adota um tom moderado que se contraponha às ideias desenvolvimentistas de expansão dos gastos e do papel do Estado na economia. A sensação dos investidores é de que há incertezas por todos os lados da Esplanada.

​​​Os agentes ampliaram ainda mais a cautela com o futuro econômico em razão da falta de clareza sobre o novo arcabouço fiscal em meio às medidas que aumentam gastos, como a emenda constitucional que autoriza a União gastar R$ 170 bilhões acima do permitido pelo teto e a prorrogação da isenção sobre combustíveis. O Ibovespa recuou 9% desde a eleição de Lula.

 

O principal porta-voz da economia no governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirmou que há intenção de reduzir o deficit fiscal previsto para 2023, mas não há medidas concretas para reduzir as despesas. Não foi apresentada uma contrapartida para evitar a piora na trajetória da dívida pública.

A entrevista do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, ao canal de notícias GloboNews nesta 3ª feira também foi um motivo para a atenção dos investidores. Ele disse que não é factível fazer uma regra fiscal que estabeleça um limite do crescimento dos gastos por meio de gatilhos automáticos, como havia estudos no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Agentes econômicos também acompanham as cerimônias de posses dos ministros com alerta. Os titulares das pastas defendem um maior uso do Estado para fomentar a crescimento.

Na Gestão e Inovação, a ministra Esther Dweck criticou privatização das estatais e rediscutir a governança, “pensando [as empresas] como um importante agente de desenvolvimento”.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que irá provar que não há deficit na previdência com números, dados e informações. Mas o que mais preocupou o mercado é a fala de que ele criará uma comissão para rever a reforma promulgada em 2019.

Números do Tesouro Nacional mostram que o Regime Geral de Previdência Social teve um deficit de R$ 267,9 bilhões de janeiro a novembro de 2022. A reforma permitiu uma queda de 4,8% no saldo negativo, em termos reais, no período.

Os benefícios de aposentadorias e outros são a maior cifra de gastos do Orçamento, representando 44,9% do total de despesas públicas. Equivaleram a R$ 742 bilhões de janeiro a novembro de 2022.

Com os discursos, o mercado passou a buscar proteção no dólar, e o real desvalorizou. O ambiente externo também não ajudou, porque os investidores ficaram preocupados com o resultado com os dados de atividade (PMIs), que indicam desaceleração das principais economias.

O mercado não descarta uma recessão nos países desenvolvidos, o que vai desaquecer o PIB (Produto Interno Bruto) mundial. As dúvidas sobre a pandemia de covid-19 na China também fazem os operadores terem cautela.

INCERTEZAS PREDOMINAM

O governo vai propor uma nova regra de preços das refinarias da Petrobras. Estuda retirar a paridade de preço internacional. Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset, disse que a prorrogação da isenção piora a perspectiva fiscal do governo, que já não era boa.

A receita mais fácil de subir em 2023 seria essa. Dado que essa receita ficou sob dúvida se vai se obter ou não, já que foi prorrogada a decisão, piora a perspectiva fiscal”, afirmou o analista.

O cenário de incertezas fiscais também eleva a cotação dos juros futuros e atrasa um possível processo de corte da taxa básica, a Selic. Desde a eleição de Lula, o mercado aumentou em 1 ponto percentual a projeção para os juros deste ano, de 11,25% para 12,25% ao ano.

Há casas de investimentos que apostam que não haverá mudança na Selic em 2023 e o Banco Central poderá, inclusive, elevar os juros.

Passe o cursor para visualizar os percentuais no gráfico abaixo:

No discurso de posse, Lula disse que os bancos federais terão uma participação maior no desenvolvimento do país, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No entanto, o modelo adotado anteriormente pelos governos do PT, com taxas de juros subsidiadas, causou desequilíbrio no mercado de crédito.

O movimento de aversão a risco continua”, afirmou Martinez. “Vai levar, no médio prazo, a uma inflação maior. E uma inflação maior é uma taxa de juros maior, e isso é resulta num crescimento mais baixo”, disse o analista.

Renan Silva, economista da BM&C, disse que, desde o resultado das eleições, o mercado tem ressentido o fato do governo eleito ser pró-Estado como indutor da economia. Ele ressaltou que as declarações das autoridades têm intensificado esse viés desenvolvimentista.

São declarações muito no sentido de intervenção do Estado. O mercado ressente, porque, historicamente, criam efeitos colaterais que precisam ser corrigidos com novos planos e rupturas”, declarou.

O mercado é a poupança do país. As pessoas falam no sentido que distante da economia real, mas isso não é verdade. Se a pessoa tem uma previdência [complementar] de R$ 50 por mês, ela faz parte do mercado. [O dinheiro] Vai para um consórcio, para um fundo que vai para o mercado e financia o governo”, completou.

Ele destacou que o cenário é diferente de quando Lula assumiu o governo pela 1ª vez, em 2003. Naquela época, a relação dívida-PIB era próxima de 50%, enquanto atualmente equivale a 74,5%.

Com esse patamar de juros [de 13,75% ao anoe essa dívida, qualquer erro de direção no sentido de disciplina fiscal preocupa muito o mercado. Qualquer inversão de tendência nesse sentido, o Brasil tende a um novo rebaixamento de classificação de riscos, os juros acabam ficando em patamar elevado”, disse Renan Silva.

PRINCIPAIS ÍNDICES

O Dow Jones fechou em leve queda de 0,03%. O S&P 500 recuou 0,40%. Na Europa, o FTSE 100, do Reino Unido, subiu 1,37% e o Dax, da Alemanha, avançou 0,80%.

(Poder360)


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