ALCKMIN 'BRECHANDO' A CADEIRA - Pimenta diz que Lula não deve se afastar da presidência por ora

Ministro da Secom disse que quadro de saúde do presidente será melhor definido nas próximas 48 horas, mas que não há motivos para que o vice-presidente assuma o comando do país

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta, disse nesta 3ª feira (10.dez.2024) que o governo avalia que não há necessidade, por enquanto, de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se afastar oficialmente do cargo. O governante está estável e lúcido depois de ter passado por uma cirurgia de emergência para drenar uma hemorragia na cabeça nesta madrugada.

“Em um 1º momento, estamos trabalhando que não haverá necessidade de afastamento formal do presidente”, disse à Rádio Gaúcha na manhã desta 3ª feira (10.dez). O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu o principal compromisso que o petista teria. Recepcionou o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, em cerimônia no Itamaraty.

A Constituição estabelece situações específicas em que o presidente da República deve transferir o exercício do cargo ao vice-presidente. No entanto, a regra não é clara para situações em que o presidente deixa de ter condições de trabalho por um curto período, como em uma cirurgia.

Neste caso, Lula esteve sob o efeito de anestesia por pouco tempo e não precisou delegar sua função para Alckmin. O procedimento realizado no presidente teve a duração aproximada de 2 a 3 horas. Leia mais sobre nesta reportagem.

“O estado de saúde do presidente é totalmente estável. Está consciente, está tranquilo. Foi uma precaução, digamos assim, necessária por conta desse acompanhamento que tem sido feito de forma regular desde o momento que o presidente teve essa contusão aí na cabeça, uma batida na cavidade do crânio e isso evidentemente tem consequências”, afirmou Pimenta.

O chefe da Secom disse que se reuniu com Lula na 2ª feira (9.dez) e que, na ocasião, o presidente estava “um pouco sonolento e cansado” no início da tarde, já dando sinais de que “algo não estava bem”. Ainda assim, o ministro relatou que o presidente cumpriu seus compromissos de forma normal.

O petista já planejava realizar exames de avaliação de rotina nesta 3ª feira, mas acabou antecipando para o início da noite de 2ª feira por causa de uma forte dor de cabeça. Desde que caiu em um banheiro do Palácio da Alvorada e bateu forte a cabeça, em 19 de outubro, Lula tem feito avaliações periódicas para monitorar qualquer consequência da pancada.

Na entrevista, Pimenta contou que o petista tem tomado um remédio anticonvulsivo desde o episódio por precaução. Um dos efeitos colaterais do medicamento, ainda segundo o ministro, é provocar sonolência.

Lula inicialmente foi ao hospital Sírio-Libanês de Brasília para realizar os exames, mas diante da identificação de uma hemorragia intracraniana, a equipe médica decidiu transferi-lo para a unidade de São Paulo em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Lá, foi submetido a uma trepanação craniana para drenagem de um hematoma já na madrugada de 3ª feira.

​​​​​​De acordo com os médicos que tratam Lula, liderados pelo cardiologista Roberto Kalil, Lula ficará na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por 48 horas. Pimenta disse que neste período, o presidente não deverá ter contato com ministros ou assessores. “Não há nenhuma necessidade ou urgência para fazer contato neste momento. Orientação de preservar, de repouso absoluto”, disse.

Médicos que atenderam o presidente deram entrevista a jornalistas no hospital Sírio-Libanês de São Paulo. Segundo Kalil, o procedimento transcorreu bem, Lula está estável, conversa e se alimenta normalmente.

Nas outras duas vezes que Lula passou por procedimentos médicos –quando operou o quadril e quando bateu a cabeça–, Lula passou por um período de recuperação em que trabalhou do Palácio da Alvorada. Em nenhum dos 2 casos, não se licenciou do cargo.

Lula se recupera na UTI após cirurgia na cabeça. Assista (2min24s):

(Poder360)