DE QUE LADO TU ESTÁ LULA? - 'Brasil precisa definir linha política no BRICS urgentemente', diz analista sobre novo sherpa

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      O Brasil anuncia novo negociador-chefe do país no BRICS para reforçar seu comprometimento com o bloco. Com ameaças de Trump e uma cúpula climática no horizonte, Itamaraty deve definir estratégia clara para obter sucesso no comando do BRICS, avalia analista ouvida pela Sputnik Brasil.

      O Ministério das Relações Exteriores do Brasil trocou a chefia de sua equipe responsável pelo BRICS, ao anunciar o embaixador Maurício Lyrio como novo negociador-chefe (sherpa) para o bloco, em substituição a Eduardo Paes Saboia.

      No novo cargo, o atual secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Carvalho Lyrio, será o responsável pela presidência do BRICS no formato ampliado e pela organização da Cúpula de Chefes de Estado, programada para ser realizada no Rio de Janeiro em meados de julho.

      Os negociadores-chefes em fóruns multilaterais como o BRICS e o G20 são denominados "sherpas", em uma referência aos guias que conduzem alpinistas rumo ao pico do Everest, na Cordilheira do Himalaia.

      mudança no comando brasileiro do BRICS procura reforçar o comprometimento do país com o bloco, acreditam especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil. Lyrio substitui seu colega de profissão Eduardo Saboia, que representou o Brasil no BRICS durante as Cúpulas de Joanesburgo, na África do Sul, em 2023, e Kazan, na Rússia, em 2024.

      Apesar de ser amplamente considerado um diplomata destacado e capaz, Saboia sofreu desgaste em função da imposição de veto brasileiro à entrada da Venezuela como membro associado do BRICS. Após a decisão brasileira, o governo de Nicolás Maduro emitiu comunicado responsabilizando o então sherpa brasileiro pelas dificuldades diplomáticas.

      "Se considerarmos que o Brasil não era um entusiasta da expansão do BRICS, que acabou acontecendo, e tentou sem sucesso negociar critérios para a adesão de novos membros, podemos concluir que Saboia não atingiu os objetivos da diplomacia brasileira no bloco", disse o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fabiano Mielniczuk, à Sputnik Brasil.

      sucesso da Cúpula do G20, que driblou as diferenças internacionais em relação ao conflito ucraniano, também pode ser creditado à presidência brasileira coordenada por Lyrio, disse a especialista.

      Além da forte influência do G20, a presidência brasileira do BRICS também coincidirá com a organização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP-30, a ser celebrada em Belém do Pará, em novembro de 2025.

      "Precisamos definir nossa linha política no BRICS urgentemente. Não há escolha. O BRICS é uma realidade. O Brasil é um membro fundador e presidente em 2025. A [ex-presidente] Dilma Rousseff é diretora do banco do BRICS [Novo Banco de Desenvolvimento], que está com uma perspectiva bastante animadora", notou Harumi. "Além disso, há forte demanda sobre o BRICS no mercado, nas relações comerciais, nos movimentos sociais e na sociedade – as pessoas falam muito no BRICS."

      Temas prioritários

      Por ora, os temas elencados pela diplomacia brasileira como prioritários para sua presidência no BRICS são desenvolvimento de meios de pagamentos entre os membros do grupo, inteligência artificial, financiamento para ações de combate às mudanças climáticas, saúde pública e fortalecimento institucional do BRICS.

      FONTE NOTÍCIAS BRASIL


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