MINÉRIO PRÓPRIO - Mesmo no deserto, Catar importa toneladas de areia para a Copa; entenda

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Para receber a Copa do Mundo de 2022, o Catar precisou importar um material muito importante, principalmente para a construção civil: areia. O segundo recurso natural mais extraído do mundo foi utilizado no país do Oriente Médio para manter as atrações turísticas das cidades e dar continuidade às construções feitas especialmente para receber o público da competição mundial.

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Fica a pergunta: Por que um país como o Catar, localizado no meio do deserto, precisou importar areia? A oceanógrafa Beatriz Mattiuzzo, a pedido do portal UOL, realizou uma análise sobre esse fato. De acordo com Mattiuzzo, para que a construção seja útil, os grãos de areia precisam obedecer a alguns padrões, como ter uma certa angulosidade, como os encontrados em leitos, margens de rios e em alguns locais da costa.

Segundo ela, os grãos encontrados no deserto costumam estar muito desgastados, já não obedecem ao padrão ideal para construção, situação que fez o Catar recorrer à importação desse material, mesmo com enormes áreas desérticas. A areia também é utilizada para combater os processos erosivos de praias, como a famosa Pearl Island, criada no Oriente Médio, e que é considerada uma “atração imperdível” em Doha, no país-sede da Copa do Mundo de 2022.

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A extração de areia cresceu nas últimas décadas, principalmente nos países da África e da América Latina, fator que angariou até mesmo a entrada de grupos ilegais e criminosos no comércio de extração e exportação do recurso em mega quantidades para venda ilegal. Essa atividade, segundo o relatório do Modern Slavery in the Construction Industry, acarretou o aumento de outra prática reprovável: o trabalho forçado de crianças.

Exploração de areia e seus impactos

Os impactos dessa prática são incontáveis e perpassam pelo campo econômico, social e ambiental. O comércio ilegal de areia está enquadrado, de acordo com dados do Transnational Crime and the Developing World e no relatório da UNEP-INTERPOL – Rise of Environmental Crime, como o terceiro maior crime de maior faturamento em escala mundial. Os valores movimentados giram por volta de US$ 199,98 bilhões e US$ 349,98 bilhões.

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É importante pensar que a competição por esse recurso, que está se tornando escasso, é um exemplo de como o meio ambiente muitas vezes é prejudicado com a finalidade única de atender demandas pontuais e que favorecem poucas pessoas ou grupos, como no caso do Catar, sem considerar os danos socioambientais reais gerados por esse processo de extração.

(olhardigital)

 


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