Civilização Solar | Notícias Tudo Aqui!

Civilização Solar

Compartilhe:
ColunistaMarco Anconi

No século XIV a.C., no reinado do Faraó Amenóphis IV, posteriormente conhecido por Akhenaton, o culto a Aton (Disco Solar), o primeiro monoteísmo da história, foi implantado no Egito, para, poucos anos após, desaparecer nas névoas do tempo. Akhenaton, que foi um verdadeiro Príncipe da Paz, deixou-nos um importante legado espiritual, plenamente válido e precioso para a Humanidade no século XXI, que já enfrenta sérios problemas de ordem planetária. Talvez os seus ensinamentos possibilitem aos seres humanos o resgate das suas Raízes Solares, espirituais e físicas, auxiliando cada um de nós a encontrar o seu verdadeiro lugar no Universo, objetivo principal de nossa existência neste planeta.

Aquele que conseguir despertar o seu “Sol Interior” terá o dever de mostrar aos seus irmãos de jornada o caminho para essa descoberta. E que os “Filhos do Sol” despertem e encontrem-se nesta vida!

Em muitos aspectos, a crise por que passa a Humanidade é resultado de um fato muito simples: o ser humano desconhece o seu verdadeiro “Eu”.

Quem é esse ser pensante e dotado de livre-arbítrio, que, apesar de pouco saber de si, já olha para o Universo como mais um território a ser conquistado no futuro? Que pensa em conquistar e dominar o Universo sem que, antes, tivesse direcionado as suas atenções para o Universo interior, aquele existente dentro do ser humano, que também é misterioso, fascinante e infinito.

Quem somos, de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos são perguntas que vêm sendo feitas há milênios. Mas até agora não se chegou a uma resposta plena, que satisfaça a todos. Assim, a Humanidade encontra-se distante de uma resposta adequada às suas indagações existenciais, que a satisfaça e que acalme a ansiedade e angústia que vivem em cada coração. Não sabemos, com certeza, quem é essa entidade espiritual que habita o corpo físico a que chamamos de “humano”. Sabemos apenas que esse ser espiritual escolheu o nosso cérebro como sua residência na Terra. Literalmente, ele está de passagem por este mundo!

Não saber de si mesmo e não possuir uma identidade definida é um sério problema. Por causa disso, as ações humanas são totalmente descompromissadas com a vida planetária, em todas as suas formas. Afinal, quem não sabe e nem quer saber de onde vem e nem para onde vai, como um navio sem leme, não possui qualquer razão para dar valor à sua própria vida e ao mundo em que vive. Alguns são prisioneiros de si mesmos. Em conseqüência, também não valorizará qualquer outro ser humano. Dessa forma, o sofrimento espalha-se no planeta por culpa de um desencontro da Humanidade com a sua verdadeira essência, que é espiritual.

Portanto, qualquer tentativa de conciliar a Humanidade com o mundo em que vive terá, obrigatoriamente, de passar pela questão da identidade do ser humano, de determinar-mos quem ele é. Ou seja, nós mesmos. Pois muito do que pensamos a nosso próprio respeito é tão somente o resultado de um consenso social que nem sempre corresponde à realidade. Essa identidade a ser resgatada possui dois aspectos importantes: de um lado somos seres físicos, materiais; de outro, somos seres espirituais.

Os dois aspectos, físico e espiritual, não formam uma dualidade, mas, isto sim, uma unidade. Vale, porém, apenas para esta vida. Daí a sua importância para o que chamamos de “aqui e agora”, pois o corpo, ao final da existência, fica, mas o espírito segue em sua  jornada cósmica. A verdadeira identidade não é a mesma conferida ao indivíduo pelo mundo humano, mas a de natureza cósmica, que se encontra impressa no âmago de nossa alma, nossa maior preciosidade. A verdadeira identidade do ser humano surgiu antes do nosso nascimento na Terra. Ela tem a idade do Universo: bilhões de anos...

Quando do início, as sementes espirituais foram espalhadas por todo o Universo. Na Terra, elas floresceram. Mas se não soubermos cuidar do jardim terrestre, ele acabará...

Precisamos de um corpo físico temporário para que o espírito, possuidor de uma essência cósmica e eterna e cuja identidade desconhecemos, possa passar pela vida terrestre e adquirir, através da experiência sensorial, novos conhecimentos e aptidões. Cada conhecimento adquirido representa mais um degrau que galgamos em direção à compreensão do que seja o Universo e qual o nosso papel nesse caminho. Na verdade, somos todos alunos matriculados em uma “escola cósmica”. E essa escola possui um “currículo cósmico”! Você já pensou sob qual nome você estaria matriculado nessa escola?

O aspecto físico da identidade é, portanto, fácil de ser demonstrado. Nosso conhecimento intelectual já nos ofereceu uma explicação satisfatória, distante de quaisquer especulações filosóficas e superstições. Possuímos, em nossa constituição física, os mesmos elementos químicos que formam as estrelas e planetas. Em sentido amplo, somos Filhos do Universo; Filhos do Sol e da Terra, em sentido estrito.

“O povo inca nunca duvidou disso. O homem andino passou a chamar-se Filho do Sol, porque seu ideal era ativar o seu ‘Sol Interno’, reconciliando-se com as forças femininas da Pachamama (Mãe Terra) e com as forças masculinas de Viracocha (Grande Criador). O ‘Filho do Sol’ é o compromisso com a unificação e o crescimento, um compromisso de viver profundamente os seus poderes e de ser tão brilhante quanto o nascer do Sol.”
(Rosane Volpatto – Filhos do Sol)

A maior dificuldade em determinar a nossa identidade está na parte espiritual. Ou no plano consciencial, se preferirmos o terreno científico. Tal como o nosso transitório corpo físico reflete a materialidade das estrelas e planetas, a mente reflete os princípios cósmicos. Somos seres mentais. Sem a nossa mente nada somos. O que as pessoas precisam saber é que a nossa mente é, acima de tudo, uma manifestação de princípios cósmicos. Mas os princípios cósmicos passam pelo mesmo processo porque passa a luz branca quando atravessa um prisma. A mente atua como um prisma e divide em muitas partes tais princípios. É essa partição que gera no ser humano a sensação de separatividade. A evolução visa justamente à reintegração dessas partes desconectadas entre si.

Essa ligação transcendente é, embora incompleta, a única explicação satisfatória para a Humanidade. Não podemos pensar que a espiritualidade seja um fenômeno restrito ao planeta Terra. Cabe-nos, então, um profundo trabalho interior. Teremos de corrigir os erros de nossas jornadas, vermos as coisas sob novos prismas e encontrarmos caminhos alternativos para as nossas vidas.

O primeiro resultado desse trabalho interior é a paz em nossas vidas. Embora não tenhamos uma resposta completa às nossas indagações, saber que somos filhos do Universo, do Sol ou da Terra, dependendo da amplitude dos nossos pensamentos, é um bom começo para acalmar nossos corações. O segundo resultado é a sensação de sentir-se integrado à Natureza, de fazer parte do todo que nos envolve. Quem alcança este estágio sente uma grande felicidade simplesmente por estar vivo, pelo grande privilégio de ter nascido neste planeta. O terceiro resultado é a compreensão do que é a vida, em seus aspectos físicos e espirituais. Esse entendimento, por sua vez, leva à aceitação da existência de mistérios indevassáveis envolvendo a Criação e, portanto, nosso ser.

Quem tem paz interior, consegue integrar-se à Natureza e alcança uma boa compreensão quanto à vida. Torna-se uma pessoa realizada. Poucos de nós chegam a esse estágio. Nesse momento de nossas vidas afloram os princípios de fraternidade, compaixão e solidariedade. Pense sempre em si mesmo como “Filho da Luz”, “Filho do Sol” ou “Filho do Universo”, que significam “Filho de Deus”. Quando Deus Lhe deu a consciência, também Lhe deu o direito a assumir essa identidade, que é uma parte Dele próprio.

O texto acima é uma coletânea de uma palestra proferida por Paulo R. C. Medeiros, que reside em Campo Grande/MS.

Seja feliz e encontre-se. Ame-se e evolua. 

Marco Anconi
mac.anconi@gmail.com


 Comentários
Dicas para te ajudar
TV Tudo Aqui