O Chelsea deu uma aula de futebol sobre o PSG, venceu os franceses por 3 a 0 com show de um gelado Cole Palmer no quente MetLife Stadium, nos EUA, e sagrou-se campeão do Mundial de Clubes, colocando água fria no chope de uma temporada até então perfeita dos comandados de Luis Enrique.
Palmer iniciou a contagem rumo ao título com dois gols bastante similares em um intervalo de oito minutos. O meia ainda serviu João Pedro, que completou o amasso com uma cavadinha após lindo passe do companheiro diante de mais de 81 mil pessoas.
Os ingleses fecham o Mundial com apenas uma derrota no bolso — e diante de um time brasileiro: ainda pela fase de grupos, os europeus foram superados pelo Flamengo por 3 a 1.
O PSG, por outro lado, encerra a campanha com dois tropeços: além de perder para o Chelsea, o clube levou 1 a 0 do Botafogo, ainda na etapa inicial do torneio.
A campanha do Chelsea
- Chelsea 2x0 Los Angeles
- Chelsea 1x3 Flamengo
- Chelsea 3x0 Espérance
- Chelsea 4x1 Benfica
- Chelsea 2x1 Palmeiras
- Chelsea 2x0 Fluminense
- Chelsea 3x0 PSG
Como foi o jogo
O 1º tempo do Chelsea beirou à perfeição. Atacando desde o primeiro minuto com uma trinca no meio de campo, o time inglês conseguiu escapar da pressão francesa e até chegou a ser incomodado por Doué, mas explorou seu lado direito e foi premiado a partir dos 20 minutos: Palmer, atuando mais aberto, iniciou a contagem com dois gols idênticos antes de dar um passe mágico para João Pedro aumentar de cavadinha. E o PSG? Até tentou reagir com a bola no pé, mas não conseguiu fazer uso de suas estrelas ofensivas antes do intervalo.
Na etapa final, o atual campeão da Champions League esboçou uma reação, mas era tarde demais. Mesmo mais proativo, o time parou em um inspirado goleiro Sánchez e se irritou com o "olé" dos torcedores ingleses. Resultado? João Neves ainda acabou expulso por puxar o vasto cabelo de Cucurella.
Gols e destaques
Ingleses ao ataque. Quem esperava um amasso inicial do PSG se enganou: foram os comandados de Enzo Maresca os responsáveis pelas primeiras investidas no MetLife Stadium. Teve escanteio batido por Pedro Neto que quase acabou com arremate de Cucurella, chute desviado de Malo Gusto e Palmer, após linda triangulação da esquerda para o meio, acertando a rede do lado de fora da meta de Donnarumma.

Cucurella e Sánchez salvam o Chelsea. Aos poucos, os atuais campeões da Champions entraram no jogo e conseguiram assustar. Primeiro, Doué recebeu lindo cruzamento rasteiro, mas tentou o passe ao invés do chute e acabou frustrado por Cucurella já na pequena área. Depois, o atacante até arriscou de longe, mas parou em linda defesa de Sánchez.
Palmer esfria MetLife. O calor de 28º C do MetLife Stadium foi amenizado por um gelado Cole Palmer, que abriu o placar para o Chelsea aos 21 minutos. A jogada começou com lançamento de Sánchez para Malo Gusto, que ganhou pelo alto de Nuno Mendes e arrancou em diagonal. O lateral até tentou o chute e acabou bloqueado, mas acionou o companheiro rapidamente. Com extrema categoria, o camisa 10 dominou, deslocou Donnarumma e cravou o 1 a 0.
Replay? Palmer congela PSG com gol idêntico. Apenas oito minutos separaram o primeiro do segundo gol do confronto: em nova jogada pela direita, que desta vez saiu de lindo lançamento de Colwill, Palmer recebeu com liberdade, deu um drible desconcertante em Vitinha, deixou Beraldo no chão e, novamente, colocou a bola com maestria no canto direito do goleiro da equipe francesa: 2 a 0.
João Pedro encerra amasso parcial com cavadinha. O show inglês no 1º tempo ficou completo aos 42 minutos, quando Palmer (de novo!) conduziu com muita liberdade (de novo!) e, desta vez, atuou como garçom ao dar passe magistral para João Pedro. O brasileiro, cara a cara com Donnarumma, deu uma cavadinha fatal que tirou qualquer ação de Donnarumma: 3 a 0.

PSG e seus atacantes acordam, mas... O 2º tempo começou com os franceses, finalmente, incomodando com mais frequência: Kvaratskhelia, por exemplo, driblou Malo Gusto, finalizou e viu Sánchez se atrapalhar na hora da defesa. O goleiro do Chelsea, no entanto, brilhou pouco depois em jogadaça de Doué que acabou com chute de Dembélé. Em meio às tentativas, aliás, Luis Enrique colocou Barcola em campo.
Menos chutes, mais mudanças. Aos poucos, o jogo foi se transformando de ofensivo para truncado, e o "olé" entoado pelos torcedores ingleses irritou os jogadores do PSG, que passaram a usar e abusar das faltas — também cometidas em série por parte do outro lado. Os técnicos, então, aproveitaram para mudar, e nomes como Delap, Gonçalo Ramos e Nkunku entraram.

Beraldo entrega, mas Delap erra. O Chelsea teve uma chance de ouro para marcar mais um aos 35 minutos em um erro brasileiro: após lançamento, Beraldo errou no carrinho e deu a bola de presente para Delap, que levou para o meio e não conseguiu superar Donnarumma.
João Neves puxa cabelo e é expulso antes do fim. Irritado com Cucurella, João Neves acabou expulso minutos antes do apito final em um lance, no mínimo, curioso: fora da bola, o português puxou o cabelo do rival, que caiu e chamou a atenção da arbitragem. Alireza Faghani usou rapidamente a cabine do VAR e deu cartão vermelho ao jogador do PSG. O lance foi, de fato, o último de grande relevância até o apito final.
FICHA TÉCNICA
CHELSEA 3x0 PSG
Data e horário: 13 de julho, às 16h (de Brasília)
Competição: final do Mundial de Clubes
Local: MetLife Stadium, em Nova Jersey (EUA)
Árbitro: Alireza Faghani (AUS)
Assistentes: Anton Shchetinin (AUS) e Ashley Beecham (AUS)
VAR: Bastian Dankert (ALE)
Público: 81.118
Cartões amarelos: Malo Gusto, Caicedo, Pedro Neto, Colwill (CHE); Nuno Mendes (PSG)
Cartões vermelhos: João Neves (PSG)
Gols: Palmer (CHE), aos 21 min do 1º tempo e aos 29 min do 1º tempo; João Pedro (CHE), aos 42 min do 1º tempo
CHELSEA: Sanchez; Malo Gusto, Chalobah, Colwill e Cucurella; Caicedo, Reece James (Dewsbury-Hall) e Enzo Fernández (Andrey Santos); Cole Palmer, Pedro Neto (Nkunku) e João Pedro (Delap). Técnico: Enzo Maresca.
PSG: Donnarumma; Hakimi (Mayulu), Marquinhos, Beraldo e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz (Zaire-Emery); Doué (Gonçalo Ramos), Kvaratskhelia (Barcola) e Dembélé. Técnico: Luis Enrique.
(Uol)