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Eustáquio Chaves Coutinho, o criador do Jaru, partiu aos 76 anos, no dia 17 de fevereiro, após 47 anos dedicados ao Incra e a servir ao povo de Rondônia.
‘Eustáquio do Incra’, como era conhecido, foi o executor do Projeto de Assentamento Padre Adolpho Rohl, que deu base para a mambembe Vila do Jarú, Distrito de Ariquemes a partir de 1977, virar a cidade que se ver hoje. Mas a absoluta maioria dos jaruenses de agora, não sabem disso.
Assim como não sabem que Eustáquio, técnico agrícola competente, trabalhou no gabinete de vários superintendentes do Incra, que não podiam abrir mão da sua inteligência, conhecimento e capacidade de interlocução, interna e externa.
Assim, por décadas, sua atuação interferiu, nas decisões mais importantes, executadas no processo de implantação de Rondônia. Mas, quem sabe disso?
Hoje, foi o Coronel de reserva da Polícia Militar de Rondônia, Valnir Ferro de Souza, quem nos deixou. Também aos 76 anos. Este não veio de fora. Era filho da ‘Pérola do Mamoré’, ou Guajará-Mirim, para quem não sabe.
Tive a honra de conhece-lo quando fui secretário-adjunto e respondia pela titularidade da Secretaria da Justiça de Rondônia, no governo Jerônimo Santana. Ele era diretor de um dos departamentos da Pasta. E foi um grande parceiro.
Dali, ainda sob Jerônimo, foi convocado para a missão de barrar as forças acreanas que pretendiam tomar as terras de Extrema, na Ponta do Abunã, fronteira de Rondônia com o Acre. À frente da sua tropa, a missão foi vitoriosa, executada com destemor. Ali, entrou para a história.
Quantos rondonienses sabem disso? E quantos sabem que ele foi o 1º comandante da Polícia Militar de Rondônia após a redemocratização do Brasil em 1985?
Rara é a semana em que a imprensa não registra a morte de mais um destemido pioneiro, como os citados acima. A absoluta maioria, sem o reconhecimento pelo legado luta, coragem e determinação deixado em favor de uma cidade e de um estado que estavam nascendo.
Estas pessoas, são as que abriram picadas na selva, picados por nuvens de mosquitos de todas as espécies, sugando sangue e matando. A exemplo dos anofelinos das malárias, dos borrachudos, das mutucas e das nuvens de polvinhas, que infernizavam a vida, e tornavam muito mais penoso os sonhos dos pioneiros.
Eles estão indo embora. Eu faço parte desta floresta. Daqui a pouco, chega a minha vez. O Senhor me recolherá, pois, 80 anos eu já tenho. E estou ficando só, no meu pedaço de mata.
E não vejo nenhum programa acadêmico da Universidade Federal de Rondônia, Unir, ou de privadas, como a São Lucas e Fimca, com os seus departamentos de história, resgatando colhendo, na fonte, a verdadeira história de Rondônia.
Tampouco, vê-se as secretarias de cultura do estado e dos municípios fazendo jus à sua finalidade e existência.
Assim como não se observa nas câmaras de vereadores e na Assembleia Legislativa, qualquer iniciativa de lei, ou ação parlamentar que reconheça, honestamente, os verdadeiros construtores de Rondônia, sem levar em conta a conta bancária.
Mas fazem, caudalosamente, distribuição de comendas, títulos e diplomas, a quem nunca soube o que é um cacaio, um travessão ou uma estrada de primeira penetração.
Até as academias de letras, de Rondônia, parecem também haver esquecido as indispensáveis pesquisas e estudos acadêmicos.
É do que trata o ‘Língua de Fogo’ de hoje.
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Veja agora, manifestações complementares sobre os fatos acima, em pequenos vídeos.
Fonte: noticiastudoaqui.com