Ontem fiquei com os ouvidos atentos para escutar os sons comemorativos do Dia do Jornalista, e as manifestações sobre a importância ou não do jornalismo em nossos dias de hoje no Brasil.
O que escutei foram raquíticos ruídos advindos da Assembleia Legislativa e do Sindicato dos Jornalistas, onde poucos da imprensa se reuniram para um café da manhã.
Nenhum dos chefes dos três poderes e dos órgãos e instituições da República, presentes em Rondônia, fizeram qualquer manifestação alusiva à categoria da imprensa, que já foi chamado de Quarto Poder.
Embora todos estes órgãos inundem os veículos de comunicações com releeses autopromocionais, incluindo entidades representativas da sociedade civil e da classe empresarial, o que se constatou foi uma absoluta falta de consideração com uma das categorias que, ainda, é um dos pilares essenciais da liberdade de expressão, e porta-voz da sociedade numa democracia.
Talvez isso decorra pelo fato de estarmos vivendo uma ‘democracia relativa’. Ou pior, de não sermos mais uma democracia.
E desta forma, vemos também, outra categoria essencial à administração e aplicação da justiça numa democracia, como os advogados, cerceados nas suas prerrogativas e humilhados com as audiências online, sem direito de contra argumentar olhando nos olhos do acusador e do julgador.
Pior: ter que fazer a defesa do seu paciente sem pleno acesso ao inquérito acusador, por via de vídeo e áudio, e ter de aceitar o veredito exarado em segundos, denotando que suas considerações sequer foram lidas e analisadas.
É neste ambiente, onde tudo é precarizado, que estamos inseridos.
O jornalista, é aquele quem tem a missão de perguntar mesmo quando todos se calam, de fazer uma imprensa para garantir que a verdade seja ouvida, ainda que alguns a ocultam e a disformem, ele joga luz sobre o fato, mesmo que seja difícil de digerir.
Enfim, o jornalista é o cara que tem, por princípio basilar, perguntar o que todo mundo quer saber mais não tem coragem de falar.
Nestes tempos em que se tenta impor a verdade única, oficial, o jornalista, que faz jornalismo de verdade, consciente e responsável, é uma pedra de tropeço.
Por isso, vemos autoridades que detestam ser entrevistadas por jornalista sérios e respeitosos. Eles são um perigo a ser evitado.
Estas autoridades acham mais fácil falar com um comunicador, que, por não conhecer as armas de trabalho do jornalista, não questionam nada, fazem sorrisão para o patrão e gravam um vídeo: ‘pode falar chefe!’ ‘ficou ótimo chefe!’ ‘já vou mandar pra redes sociais’.
E o ‘chefe’ fala uma besteira qualquer e se acha o máximo.
Só que aí, o cidadão consciente vai procurar num veículo sério, se aquela ‘lacração’ é verdadeira. E, se não confirma o fato, o que resta é somente a fake News, ou seja, a mentira.
O que está em alta no Brasil hoje, é a maternidade de pinóquios. E somente jornalistas têm o instrumento para cortar-lhes o nariz. Por isso, eles fogem.
É do que trata o ‘Língua de Fogo’ de hoje.
Veja o vídeo, a seguir, e faça o seu próprio juízo. Aproveite e se inscreva na página noticiastudoaqui no youtube, e acompanhe, também, outros conteúdos como o podcast ‘Sem Papas na Língua’ publicado toda terça-feira, às 17hs30.
Veja agora, manifestações complementares sobre os fatos acima, em pequenos vídeos.
Fonte: noticiastudoaqui.com