O estado de Rondônia continua mantendo seu lugar privilegiado como o segundo estado da Região Norte do Brasil no ranking do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), chegando ao expressivo valor de R$ 32.215,4 bilhões de Reais. É o que está registrado no relatório do MAPA de abril de 2.025; documento técnico daquela Unidade que acaba de ser divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com esse bom desempenho, Rondônia fica atrás apenas do estado do Pará, que registrou no mesmo exercício fiscal (2024) o montante de R$ 45.711,9 bilhões em seu VBP.
O crescimento de 23,02% em relação a 2023, quando o VBP fez o marco naquele ano foi de R$ 26.220,9 bilhões; isso evidencia o fortalecimento contínuo do setor agropecuário no estado. Comparado ao ano de 2.019, quando o índice marcador da produção do agro foi de R$ 16.752,9 bilhões, o VBP de Rondônia praticamente dobrou em seis anos.
A manutenção e o avanço de posição no ranking regional é reflexo de políticas públicas estratégicas adotadas pelo governo de Rondônia, do ambiente de negócios entre 2018 e 2023 refletindo políticas regionais e nacionais naquele período e certamente que pela força do capital empresarial local que revela-se bom gestor de suas propriedades, elevando investimentos em crescimento da produção e uso de tecnologias apropriadas, bem como devemos apontar a presença de investimentos públicos como no PLANO SAFRA onde o Banco do Brasil, a CAIXA, o BNDES e o Banco BASA são basilares para os empreendimentos rurais de pequenos, médios e grande porte.
Importante destacar que o agro em Rondônia demonstra sua pujança desde 2010 quando recursos do FNO, alinhamento estratégico de governos e de bancada federal e planejamento público e privado deram o norte (o farol) para a grande vocação agropecuária do estado que, imitando vizinhos como o MT, MS e o GO, tem promovido em quase duas décadas a manutenção de trabalho, emprego, renda e oportunidades de negócios da chamada economia rural e sustentável, sendo motor para o comercio, os serviços e a indústria – que diga-se de passagem ainda é incipiente por essa bandas do Brasil.
Para o leitor que não sabe, eu explico didaticamente sobre a importância desse marcador econômico e dessa nossa posição de segundo na região norte.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) é um indicador que mede o desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano, refletindo o seu faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais. Ele é calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, referentes aos 26 principais produtos agropecuários.
O valor real da produção é ajustado pela inflação com base no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com atualização mensal até o dia 15.
Geograficamente, Estamos em condição privilegiada, visto que no estado do Amazonas é “proibido” produzir naquelas terras (apenas 5% das áreas do estado do AM tem atividades agropecuárias) e sabendo que o estado do Pará tem além de histórico de 400 anos, o triplo da área geográfica em relação a Rondônia, podemos afirmar que o estado que leva o nome do Marechal, em apenas 30 anos de dedicação a essa vocação de bem produzir alimentos para o consumo humano e animal, o faz com maestria e com desempenho invejável.
Dados do governo do estado dão conta de que o crescimento das exportações, especialmente de carne, soja, milho e café, tem impulsionado o VBP de Rondônia – para registro dos leitores desta coluna: em abril de 2.025, o estado obteve a marca de R$ 418.441.771,00 na pauta de exportações, um crescimento de 8,77% em relação a março; anote-se também que pelo relatório do VBP de abril divulgado pelo Mapa, em Rondônia em relação ao mesmo período de 2.024, a pecuária foi a que mais cresceu alcançando 49,15% (saindo de R$ 12.090,4 bi para R$ 18.033,4 bi), mas as lavouras também cresceram 44,20% (saindo de R$ 9.834,6 para R$ 14.181,9 bi). Os produtos agropecuários que tiveram maior representatividade foram: Café (R$ 5.72 bi); Soja (R$ 4.37 bi); e Milho (R$ 2.56 bi).
Caso nenhuma catástrofe climática ocorra, caso não entremos em guerra, caso o governo federal continue apostando na produção e caso haja alinhamento politico entre governo (executivo) e parlamentares do legislativo estadual e federal, bem como os devidos investimentos privados, o agro e Rondônia deverá chegar a 2.030 com um VBP estimado de 46 bilhões de reais.
Que assim seja e que não atrapalhem Rondônia em sua missão de produzir alimentos para o mundo.
Francisco Oliveira – Economista
Consultor, pesquisador, palestrante e escritor.
