SEGURA O TCHAN! AMARRA O TCHAN! - Agro e indústria pedem cautela na aplicação da Lei da Reciprocidade contra os EUA

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Após a decisão do governo brasileiro de abrir o processo para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos — em resposta às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos EUA — entidades do agronegócio e da indústria fizeram um apelo por prudência.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmam que a medida é legítima, mas defendem que só deva ser acionada após esgotadas todas as vias de negociação bilateral.

Principais alertas das entidades

  • A FPA elaborou nota ressaltando que a aplicação imediata da contramedida pode prejudicar o diálogo com o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), que receberá a defesa brasileira a partir de 3 de setembro. Em sua visão, devem ser observados critérios técnicos e comerciais para evitar sinais confusos que comprometam a previsibilidade regulatória.
  • Já a CNI ressaltou que “não é o momento” para adotar a lei, defendendo que a reversão da sobretaxa de 50% seja buscada via negociação. A confederação organizou uma comitiva de mais de 100 líderes empresariais que desembarca em Washington, nos próximos dias, para reuniões com autoridades e lideranças locais.

Contexto legal e diplomático

A Lei nº 15.122/2025, sancionada em abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, autoriza o Brasil a adotar medidas como suspensão de concessões comerciais, restrição de importações ou proteção de propriedade intelectual, desde que precedida por negociação diplomática e proporcional ao dano sofrido.

A execução da lei cabe à Camex (Câmara de Comércio Exterior), que tem até 30 dias para avaliar os casos submetidos. Em 28 de agosto, o presidente Lula autorizou formalmente o início do processo — marcando o primeiro uso previsto desse instrumento. No entanto, o governo diz não buscar conflito e se mantém aberto ao diálogo.

Dinâmica diplomática e econômica

Segundo o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, a lei pode atuar como instrumento de alavanca para acelerar o diálogo com os Estados Unidos, mesmo mantendo uma relação de parceria histórica de mais de 200 anos.

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A recente imposição da tarifa americana — atribuída ao governo Trump — impacta setores como soja, carnes, café e aço; o Brasil respondeu formalizando um processo de notificação à Organização Mundial do Comércio (OMC) e contratando assessoria jurídica nos EUA para reforçar sua defesa.

Resumo dos posicionamentos

EntidadePosição sobre aplicação imediata da leiMotivo principal
Frente Parlamentar do AgroDefesa de cautelaEvitar comprometer negociação técnica com os EUA
Confederação Nacional da IndústriaOcasião ainda não adequadaManter diálogo e estratégia de reversão do tarifa sem retaliação

Reflexões finais

O setor produtivo brasileiro vê na Lei da Reciprocidade uma ferramenta válida de defesa comercial, mas alerta para os riscos associados à sua utilização apressada. As discussões destacam a importância de preservar a previsibilidade e estabilidade regulatória em um cenário global volátil.

Para as entidades, a estratégia mais segura passa por combinar o uso da lei com a abordagem diplomática e técnica, visando reverter o tarifaço de forma sustentável e sem rupturas abruptas nas relações econômicas com os EUA.

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Fonte: noticiastudoaqui.com


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