12 HORAS DEMOLIDORAS - Fux arranca a máscara das narrativas, rejeita tese de golpe, condena STF e absolve Bolsonaro

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Em voto extenso de mais de dez horas, o ministro Luiz Fux abriu divergência no julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Fux rejeitou as acusações por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado, contrariando o relator Alexandre de Moraes, e defendeu a nulidade total do processo por suposta incompetência da Corte.

Segundo o togado, nenhum dos réus envolvidos no caso ocupa cargo público atualmente, o que, em sua visão, afasta o foro por prerrogativa de função e, portanto, a competência do STF para julgar o caso. Fux também classificou os atos do 8 de janeiro como resultado de uma “turba desordenada”, negando que tenham configurado uma tentativa coordenada de golpe. “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, afirmou durante o voto.

Embora o voto de Fux não tenha alterado a tendência de condenação do grupo, cuja maioria dos ministros da Primeira Turma já sinalizou acompanhar o relator, sua manifestação teve impacto político relevante. Em primeiro lugar, abre caminho para que a defesa de Bolsonaro, no futuro, tente reverter a sentença com base em eventual mudança no ponto institucional. Em segundo, fragiliza a posição dominante de Alexandre de Moraes dentro do colegiado e da narrativa institucional do Supremo sobre o caso.

A Corte já mudou de entendimento em processos emblemáticos no passado, como ocorreu durante a Operação Lava Jato. Na prática, a decisão de hoje, ainda minoritária, pode servir de base para futuras revisões, caso o ambiente político mude após eleições ou reposicionamentos internos no STF.


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