
Geneviève-Josèphe Jeanningros. Até quarta-feira (23/4), o nome desta freira francesa de 82 anos era conhecido apenas por algumas pessoas.
No entanto, após sua decisão de permanecer imóvel em frente ao caixão do papa Francisco por alguns minutos, isso mudou.
A imagem da pequena freira com seu véu azul e mochila verde nas costas, rezando e chorando diante do caixão do pontífice argentino, enquanto os cardeais passavam, comoveu o mundo.
O protocolo do Vaticano para a câmara-ardente do papa proíbe expressamente parar diante do seu corpo, que está localizado aos pés do altar principal da Basílica de São Pedro. Qualquer um que tente violar esta regra será obrigado pela equipe de segurança a cumpri-la.
O relacionamento deles, no entanto, não começou bem, de acordo com a própria Jeanningros, e aqueles que a conhecem.

A carta que deu início a tudo
"Ela estava chateada, muito chateada com Bergoglio, e enviou uma carta a ele dizendo isso", explica à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, Emily Stout, colega de Jeanningros na congregação das Irmãzinhas de Jesus, ordem à qual a agora conhecida freira pertence.
Jeanningros é sobrinha da religiosa francesa Lèonie Duquet, que em dezembro de 1977 foi presa pelo regime militar argentino e desapareceu junto a outras 12 pessoas, incluindo outra freira francesa chamada Alice Domon. Tudo isso por seu ativismo pelos direitos humanos.
As autoridades militares tentaram simular que a ação foi perpetrada pela guerrilha Montoneros. No entanto, foram os militares que colocaram os prisioneiros em um avião e os jogaram no mar.