
O secretário de Estado do EUA, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18/7) a revogação do visto americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com postagem de Rubio no X, além do visto de Moraes, foi solicitada a revogação da permissão para os familiares do ministro e seus "aliados" — sem detalhar quem são esses.
"A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil e atinge os americanos", argumentou Rubio.
Neste sábado (19/7), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a medida do governo americano contra Moraes é uma forma "intimidação".
Meses antes da revogação do visto de Moraes, Rubio disse que os EUA estudavam a possibilidade de aplicar sanções contra o magistrado com base na Lei Global Magnitsky.
A lei permite punições a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
"Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça", disse Rubio em maio ao ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills, da Flórida, sobre o tema.
Nas medidas contra Moraes anunciadas na última sexta (18/7), Rubio não mencionou a Lei Magnitsky.
O deputado republicano Cory Mills tem articulado com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro que está morando nos EUA.
O republicano já afirmou em uma audiência no Capitólio que o Brasil vive um "alarmante declínio dos direitos humanos", citando supostos episódios de "censura generalizada" e "perseguição política contra a oposição, jornalistas e cidadãos comuns".
Ele também se referiu a uma "iminente prisão política do ex-presidente Bolsonaro" e alegou, sem apresentar provas, que a repressão se estenderia a pessoas vivendo nos EUA.
Caso o governo americano de fato sancione Moraes com base na Lei Magnitsky, seus bens e contas nos Estados Unidos poderão ser congelados. Fora do território americano, os efeitos dependeriam da adesão de instituições financeiras e governos estrangeiros às medidas.