
Após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em sua casa e na sede do Partido Liberal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar sendo alvo de uma “suprema humilhação”. A declaração foi dada nesta sexta-feira (18/7), em entrevista coletiva logo após ele deixar o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde esteve para colocar uma tornozeleira eletrônica, medida imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
“A Procuradoria-Geral da República foi além, mas não tem prova de nada”, disse Bolsonaro, ao comentar as restrições determinadas pela Corte. Além da tornozeleira, ele também está proibido de deixar Brasília, não pode ter contato com diplomatas nem com os filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro, e está sujeito a toque de recolher noturno.
Durante a coletiva, o ex-presidente evitou responder perguntas específicas, mas fez críticas diretas ao STF e à condução das investigações. “Isso é um constrangimento público. Estou sendo humilhado por algo que não fiz”, declarou.
Sobre os objetos apreendidos durante a operação, entre eles um pendrive, Bolsonaro negou qualquer irregularidade. Já em relação aos 14 mil dólares em espécie que mantinha em casa, foi direto: “Sempre guardei dólar em casa. É normal”.
O ex-presidente disse ainda que as medidas judiciais impostas contra ele seriam resultado de ações de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. “O que gerou as cautelares contra mim é aquilo que meu filho está respondendo nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro”, disse. Ele sugeriu ainda que Eduardo deve permanecer fora do país: “Se ele vier para cá, vai ter problemas”.