O desabastecimento de água potável



É próprio da atividade política o discurso mais do que a ação. Geralmente, quem milita nessa área não perde a oportunidade de falar, mesmo quando não tem quase nada a dizer. Afinal, falando, por um lado, e fazendo – ou simulando – alguma coisa, por outro, muitos acabam levando eleitores no papo. A seara política rondoniense, como de resto todo o país, está cheia de pessoas assim, que se elegem e reelegem, em grande parte, tapeando a realidade dos fatos e daquilo que poderiam fazer de socialmente produtivo, mas não fazem, muitas vezes por conta de acordos pré-eleitorais, determinantes para que grupos de interesses os mais diversos se estabeleçam.

O caso da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, ao que tudo indica, insere-se no contexto acima. Quantos dirigentes não tiveram a oportunidade de colocá-la nos eixos, evitando, destarte, que a empresa chegasse às portas da insolvência, prejudicando milhares e milhares de consumidores, mas preferiram empurrar o caso com a barriga. Daqui a pouco começa o verão. E a escassez de água vem junto, entre outros problemas próprios dessa época do ano, que poderiam muito bem já ter sido resolvidos se houvesse vontade política.

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Vale destacar que, no próximo ano, haverá eleições. Levar água potável aos lares porto-velhenses estará nos discursos dos candidatos ao governo de Rondônia. Difícil é alguém acreditar nisso. O histórico eleitoral não ajuda. Enquanto isso, moradores dos mais diferentes bairros da cidade continuarão sofrendo com a carência de água. Vão reclamar, como reclamaram no verão passado, mas, certamente, suas queixas não ecoarão nos gabinetes oficiais, como, até hoje, não ecoaram. Afinal, é mais fácil jogar a culpa na natureza do que chamar para si a responsabilidade e resolver o problema do desabastecimento de água. Infelizmente, tem sido assim, ao longo de vinte e tantos anos.


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