
O nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) passou a ser de fato considerado por líderes da direita brasileira como possível candidata à Presidência da República, após sua figura política ganhar cada vez mais “musculatura” e “amadurecimento”. É o que aponta o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, que apurou uma série de motivos para o entusiasmo em torno de uma eventual candidatura de Michelle.
Entre os principais motivos, estão as recentes pesquisas eleitorais que mostram Michelle muito bem posicionada na disputa pelo Palácio do Planalto. A Futura Inteligência, por exemplo, divulgou no final de março que a esposa de Bolsonaro venceria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um segundo turno com 35,3% contra 29,9%.
Outro motivo é o engajamento de Michelle nas articulações políticas do Partido Liberal (PL). Líder do PL Mulher, ela tem percorrido o Brasil e participado de manifestações convocadas pelo marido. A avaliação é que, se antes Michelle demonstrava falar somente para a camada evangélica, hoje seus discursos se expandiram e têm se tornado cada vez mais contundentes no cenário político.
Essa é a avaliação do pastor Silas Malafaia, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) e uma das principais vozes conservadoras do Brasil.
– Michelle reúne o apoio dos evangélicos, das mulheres e do bolsonarismo. Antigamente, Michelle só sabia falar o “evangeliquês”. Ela falava para dentro [do segmento religioso]. Agora, ela fala politicamente para fora. As pesquisas mostram Michelle pontuando melhor do que nomes como Tarcísio, Zema e Ratinho – pontuou Malafaia.
– No último discurso da anistia, Michelle agradeceu a Luiz Fux e, numa referência a Débora do batom, lembrou uma fala do Gilmar Mendes dizendo que mulheres com filhos pequenos não poderiam ficar muito tempo presas. Michelle rememorou essa fala do Gilmar sobre a ex-mulher do Sérgio Cabral. Ela está falando politicamente. Se acharam que iam se dar bem contra o Bolsonaro, com essa farsa de “inquérito do golpe”, o tiro vai sair pela culatra, porque vão ter de engolir a mulher dele – adicionou.
Outro fator que agrada aliados do ex-presidente é o entendimento de que, devido ao fato de Michelle ser mulher, seus opositores teriam que calibrar seus discursos e reduzir os tons nos debates para não soarem agressivos.
Para a dirigente nacional do PP e vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, Michelle “cresceu muito nos últimos dois anos”.