Redação, Brasília, 5 de agosto de 2025 — Uma acalorada crise política tomou o Plenário da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira, após a bancada de esquerda retornar do recesso e provocar uma confusão generalizada durante a sessão de abertura.
Confira o vídeo do momento
A ocupação do plenário por parlamentares da oposição nesta terça-feira (05) gerou atrito com a bancada governista na Câmara dos Deputados.
— Jovem Pan News (@JovemPanNews) August 5, 2025
As discussões se intensificaram com a presença de diversas lideranças e membros, incluindo Rogério Correia (PT), Paulo Bilinsky (PL),… pic.twitter.com/D9HJJALcTe
O que aconteceu — Linha do tempo dos acontecimentos
- Chegada tensa da esquerda: deputados do PT, PSOL, PCdoB e aliados ocuparam assentos da Mesa Diretora e iniciaram protestos com esparadrapos na boca, interrompendo o início formal da sessão. A militância legislativa também distribuiu discursos contra o governo e protestou pelo “pacote da paz” que exige anistia ampla e impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
- Obstrução e clima hostil: a oposição impediu a abertura da sessão e intensificou a paralisação, acusando a base bolsonarista de tentar “sequestrar” o Legislativo. Com o plenário tomado por gritos e xingamentos, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos‑PB), viu-se obrigado a recuar diante da escalada de tensão.
- Confrontos verbais e ameaças: deputados como Rogério Correia (PT‑MG) e Paulo Bilynskyj (PL‑SP) protagonizaram momentos de atrito, trocando provocações e chegando perto de conflitos físicos. Bilynskyj chegou a afirmar que não bateria em “idoso” ao responder críticas de parlamentares de esquerda.
- Reação da presidência da Câmara: a Mesa Diretora ordenou o esvaziamento do plenário, permitindo apenas a presença de deputados e retirando assessores e público com apoio da Polícia Legislativa.
Contexto político por trás do tumulto
- Protesto pela anistia e impeachment de Moraes: a mobilização está diretamente ligada às tentativas da bancada de oposição de incluir na pauta o “pacote da paz”, que trata de anistia ampla aos atos de 8 de janeiro, impeachment do ministro Alexandre de Moraes e fim do foro privilegiado – medidas consideradas urgentes por parte da esquerda e centro‑esquerda.
- Recorrência de tensões: o episódio é apenas o mais recente de uma série de confrontos que envolvem protestos, debates acalorados e uso de ocupação simbólica da Mesa para atrasar a votação e pressionar politicamente.
Principais reações
Atores | Reação |
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Deputados de esquerda | Classificaram a tática como legítima resistência contra um Judiciário que consideram autoritário e alinhado ao governo federal. |
Bancada governista / bolsonarista | Chamaram a ação de tentativa de golpe no Legislativo, acusando a oposição de obstrução e falta de respeito às regras da Casa. Sóstenes Cavalcante (PL‑RJ) declarou “guerra total” à base política que apoiou o ex‑presidente Bolsonaro. |
Presidência da Câmara | Motivada pela escalada de hostilidade, determinou a interrupção da sessão e a retirada do público para restabelecer a ordem. |