
O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, detido pela Polícia Federal quando tentava fugir do Brasil para Dubai está livre, leve e solto. Teve a prisão preventiva revogada, graças a decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Ele é acusado de fraude na Operação Compliance Zero.
Até que a soltura demorou muito. Achei que Vorcaro seria liberado no mesmo dia da prisão devido às suas extensas conexões e influências no meio político brasileiro. Agora, ele vai passar as festas de Natal e Ano Novo em seu suntuoso apartamento na companhia de familiares e amigos, bebendo os melhores vinhos e comendo as melhores iguarias que só pessoas com a grana que ele acumulou podem comprar, enquanto correntes que acreditaram nas promessas financeiras do banqueiro não sabem se um dia conseguirão receber o dinheiro aplicado em fundos fraudulentos.
Vorcaro ganhou destaque nos principais jornais do país, mais pela rapidez com que foi posto em liberdade do que pelo estrago financeiro que causou nas vidas de milhares e milhares de pessoas, em sua maioria, pequenos investidores, hipnotizados pela mágica financeira. Ele é o exemplo clássico de que no Brasil dos petrolões, mensalões e cuecões vale a pena fraudar, furtar, roubar, entre outras práticas delituosas. Daqui a pouco ninguém mais se lembrará de Vorcaro, a fraude bilionária cairá na vala comum do esquecimento, como tantos outros escândalos de que se têm notícias no país do jeitinho e da malandragem, e a dinheirama será aplicada em outro negócio rentável, provavelmente com os mesmos sócios que o ajudaram a aplicar o golpe. A liberdade de Vorcaro apenas consolida ainda mais na crença popular a ideia de que cadeia foi feita para “ladrão de galinha”.