
Tem gente que acha que basta o presidente da República, o governador ou o prefeito escolher seu sucessor e todo mundo vai votar no seu candidato. Isso acontecia no tempo dos coronéis, quando grandes latifundiários dominavam o poder em seus municípios ou regiões, exercendo forte influência no processor eleitoral em troca de favores e, muitas vezes, usando da violência. Era o chamado voto de cabresto, mecanismo ainda hoje existente em algumas cidades remotas do Nordeste brasileiro.
Hoje, os tempos são outros. Muitas coisas mudaram do coronelismo para cá. É bem verdade que algumas práticas daquele período ainda estão presentes na politica brasileira, como o clientelismo, a distribuição de benesses em troca de votos. A transferência de votos não é fenômeno simples. Já ocorreu algumas vezes no Brasil, sendo a mais recente, para citar apenas um exemplo bastante eloquente, a vitória de Tarcísio de Freitas para o governado de São Paulo, impulsionada pela força política incontestável do então presidente Jair Bolsonaro, mas isso é um caso isolado, que não acontece com muita frequência.
O governador Marcos Rocha consolidou-se como uma importante liderança politica no estado de Rondônia. Isso não se discute. E marca baliza por onde deve passar a sucessão estadual de 2026. Isso não significa, contudo, que basta ele colocar o braço no ombro de alguém para que todo mundo vote no candidato de sua preferência. Isso seria uma estratégia política perigosa. Não é inteligente subestimar o adversário, principalmente quando ele já foi testado e aprovado nas urnas. Além do mais, nem todo eleitor é títere infantiloide para se amoldar aos caprichos e devaneios desse ou daquele político.