
Redação, Brasília, 19 de agosto de 2025 — Em uma decisão tomada no dia 18 de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, estabeleceu que leis, decisões judiciais e ordens executivas estrangeiras não terão efeitos automáticos no Brasil, sendo necessário aprovação prévia das autoridades judiciais nacionais para que sejam válidas no território brasileiro.
Impacto direto no setor financeiro
A medida, motivada por uma ação do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), visa coibir jurisdições externas que interfiram de forma desigual em contratos, empresas e bens localizados no Brasil. Em especial, ela tem sido interpretada como uma tentativa de proteger o ministro Alexandre de Moraes das sanções da Lei Magnitsky, imposta pelos Estados Unidos.
No entanto, o desdobramento prático da decisão despertou forte preocupação entre executivos de bancos, seguradoras e corretoras:
- A interoperabilidade com os sistemas financeiros globais, especialmente com os Estados Unidos, é vital. Caso desobedecerem a ordens como as da OFAC (órgão do Tesouro dos EUA), os bancos brasileiros podem sofrer sanções e até cortes dessas redes internacionais.
- Caso optem por seguir a decisão de Dino, correm o risco de represálias financeiras, que podem incluir multas pesadas, bloqueio de ativos ou exclusão do sistema SWIFT.
- O dilema econômico foi bem resumido por Vladimir Aras, ex-secretário da PGR: “No caso brasileiro, a multa pode ser baixa, mas o risco é imediato. Nos EUA, a sanção pode demorar, mas será pesada”.
O cenário alarmante segundo Revista Oeste
O jornalista Luis Batistela, em artigo publicado pela Revista Oeste em 19 de agosto, expõe um cenário de “efeito dominó” que seria desencadeado caso os bancos acatem a determinação de Flávio Dino:
- Ao não encostar em pessoas sancionadas, como o ministro Moraes, bancos brasileiros poderiam ser vistos como suspeitos e terem suas operações interrompidas no exterior.
- A infraestrutura tecnológica nacional também seria afetada: fornecedores como Amazon Web Services, Microsoft, Oracle, Cisco e VMware poderiam retirar suporte e licenças sob risco de violar sanções internacionais.
- Nesse ritmo, operações fundamentais como PIX e pagamentos com cartão sofreriam instabilidades graves — até que o sistema financeiro nacional pudesse entrar em colapso.
- Ainda há o risco sobre as reservas internacionais: de cerca de US$ 370 bilhões, cerca de US$ 280 bilhões estão sob jurisdição norte-americana e europeia — o que pode dificultar o uso estratégico dessas reservas caso haja bloqueios por motivos de compliance.
Resumo e perspectivas
Aspecto | Consequência |
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Soberania nacional | Afirmação do papel do Judiciário brasileiro frente a imposições externas. |
Setor financeiro | Dilema jurídico: obedecer ao STF e enfrentar sanções externas, ou cumprir sanções externas e desrespeitar o STF. |
Infraestrutura | Ameaças ao funcionamento de serviços digitais essenciais e ao sistema financeiro nacional. |
Reservas cambiais | Vulnerabilidade a bloqueios e restrições de acesso. |
Fonte: noticiastudoaqui.com