Salários da PF serão reajustados em 2024 com até 22% e chegarão a R$ 41 mil



Seis cargos da PF e da PRF serão beneficiados por salários revisados até 2026. Acordo ocorre em meio à insatisfação de servidores

 

O governo federal entrou em acordo, na quinta-feira (28/11), com os sindicatos e as associações que representam a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a reestruturação de algumas carreiras das instituições, o que inclui reajustes escalonados de salários entre 2024 e 2026. As tratativas com os agentes penais ainda são discutidas pelo Ministério de Gestão e Inovação.

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O termo firmado esta semana contempla os seguintes cargos da PF: delegado, perito criminal, agente, escrivão e papiloscopista. Delegados e peritos criminais tidos na categoria especial serão os maiores beneficiários, com o subsídio podendo chegar a R$ 41 mil, no fim da carreira.

Saiba quanto cada cargo e categoria ganhará ao fim do reajuste, em 2026:

Delegados e peritos: R$ 41,3 mil (especial), R$ 35,3 mil (primeira classe), R$ 30,8 mil (segunda classe) e R$ 27,8 mil (terceira classe).

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Escrivães, agentes e papiloscopistas: R$ 25,2 mil (especial), R$ 19,6 mil (primeira classe), R$ 16,7 mil (segunda classe) e R$ 14,7 mil (terceira classe).

Policiais rodoviários federais: R$ 23 mil (maior salário) e R$ 12,2 mil (salário de entrada).

Negociação

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O reajuste exigiu meses de negociação. No caso das duas corporações, os aumentos salariais serão repassados em parcelas, programadas para agosto de 2024, maio de 2025 e maio de 2026. As correções variam entre 1% até mais de 22%, a depender do cargo e da classe. De forma geral, em 2024, os reajustes salariais vão variar entre 3% a 22%. Em 2025, serão acertos de 5% a 22%.

Da PRF, o reajuste alcança a carreira de policial rodoviário federal. O novo salário inicial na corporação será de R$ 12,2 mil.

A secretária adjunta de Relações de Trabalho, Meri Lucas, explicou que o resultado é fruto de uma “longa jornada”. “Chegamos a um bom termo, ao melhor acordo possível. É resultado de muito esforço, que envolve tanto os secretários José Feijóo [Relações de Trabalho] e José Celso [Gestão de Pessoas] quanto a própria ministra Esther Dweck e o ministro Flávio Dino”, afirmou.

Apesar disso, as revisões não foram bem recebidas por todos os servidores da PF e PRF. Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), reconheceu o “avanço significativo”, mas fez críticas.

“Lamentamos o fato de os servidores administrativos terem ficado de fora do acordo, e que aumento da 3ª classe tenho sido inferior ao do Executivo geral, o que enfraquece o sentido de valorização uniforme da Polícia Federal”, disse.

Insatisfação dos servidores

No dia 22 deste mês, o Ministério de Gestão e Inovação oficializou a proposta de reajuste a todos os servidores públicos, em um aumento de 9% do salário, realizado em duas parcelas, e melhores benefícios de alimentação e creche.

A contrapartida do governo, no entanto, não agradou os funcionários da administração pública, que pediam maior revisão, criticam o lançamento de uma normativa sobre grevistas e se colocam contra a possível implementação de uma reforma administrativa no próximo ano.

O ex-ministro Paulo Guedes, da Economia, elaborou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) durante o governo Bolsonaro com mudanças na administração pública. Pelo texto, a reforma poderia acabar com a progressão automática de carreira de servidores, daria autorização para abaixar salários e revisaria férias acima de 30 dias por ano.

(Metropoles)



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