Especialistas se preocupam com acúmulo de detritos próximo à órbita do planeta
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Dois artefatos de lixo espacial com cerca de 2,5 toneladas por pouco não se chocaram no espaço, o que poderia provocar um efeito em cadeia na órbita da Terra. O quase desastre foi observado nessa sexta-feira (16).
Os dois objetos são um satélite de navegação soviético Parus, e um foguete auxiliar chinês, que teria sido lançado em 2009. Nenhum dos dois tem qualquer método de propulsão a bordo, então não teria como desviá-los um do outro.
Cientistas da LeoLabs, startup do Vale do Silício, na Califórnia, que oferece serviços de mapeamento orbital usando sua própria rede de radar, afirmou que o Kosmos-2004 e o estágio de foguete ChangZheng ficaram a apenas 25 metros de distância. Outros grupos informaram que a distância foi maior, cerca de 70 metros.
Por causa do peso e numa velocidade relativa de 14,66 km/s (32.800 mph), qualquer colisão teria sido catastrófica e produzido uma chuva de destroços. E pela altitude de cerca de 1.000 km, fragmentos resultantes teriam permanecido em órbita por um tempo extremamente longo, representando uma ameaça aos satélites operacionais, o que poderia gerar uma reação em cadeia de colisões.
Ocorre que o crescente número de detritos espaciais em órbita, algo em torno de 900 mil maiores que 1 cm, todos capazes de causar danos ou até mesmo destruir uma espaçonave operacional em um encontro de alta velocidade, preocupa os cientistas.
O Congresso Internacional de Astronáutica online, realizado na última semana por um grupo de especialistas, listou o que considerou como os 50 objetos abandonados em órbita mais preocupantes. Boa parte deles é de antigos foguetes Zenit russos, da extinta União Soviética.
Fonte: O Tempo
