O MESTRE - Músico Sérgio Ricardo morre aos 88 anos no Rio de Janeiro
Cantor estava internado há quatro meses no Hospital Samaritano, onde contraiu e se recuperou da COVID-19. A causa oficial da morte foi insuficiência cardíaca
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Morreu na manhã desta quinta-feira (23), aos 88 anos, o cantor e compositor Sérgio Ricardo, que atuou em importantes movimentos da cultura brasileira como a Bossa Nova e o Cinema Novo.
Ele estava internado há quatro meses no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde contraiu e se recuperou da COVID-19.
Sua filha, Adriana Lufti, informou que a causa oficial da morte foi insuficiência cardíaca. A saúde do músico estava fragiliazada desde que ele havia fraturado o fêmur, em outubro de 2019.
Em uma publicação no Instagram oficial do artista, a família lamentou a morte e disse que, por conta da pandemia, a cerimônia de despedida será restrita aos familiares.
''Suas expressões nos deram e darão ainda muita alegria, mas até os mais inspiradores guerreiros precisam descansar. Sérgio estará para sempre em toda diversidade que nos cria. Nosso compositor de múltiplos, que faz o braço ser mais que um braço, a voz ir mais além que uma só voz, o um ser sempre 'um mais um'.''
Sérgio Ricardo, nome artístico de João Lufti, nasceu em 18 de junho de 1932, em Marília, no interior de São Paulo. Aos 8 anos, começou a estudar música no conservatório da cidade.
Mudou-se em 1950 para a capital carioca, onde iniciou a carreira profissional como pianista em casas noturnas. Foi nessa época em que conheceu Tom Jobim (1927-1994) e começou a compor e cantar canções autorais.
Em 1960, gravou o LP A bossa romântica de Sérgio Ricardo e ganhou popularidade por conta de músicas como Pernas, Zelão, Beto bom de bola e Ponto de partida.
Participou do histórico Festiva de Bossa Nova, em 1962, no Carnegie Hall de Nova York, nos Estados Unidos, ao lado de Carlos Lyra, Tom Jobim, Roberto Menescal, João Gilberto (1931-2019) e Sergio Mendes, entre outros.
No Terceiro Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record de São Paulo, em 1967, quebrou seu violão e jogou os destroços na plateia após ser vaiado pelo público, em uma cena que entrou para a história da música brasileira.
Na década de 50, havia feito testes para trabalhos de atuação e foi contratado pela TV Tupi, onde participou de novelas e programas musicais.
Anos mais tarde, dirigiu e atuou em filmes como Êsse mundo é meu (1964), Juliana do amor perdido (1970) e A noite do espantalho (1974).
Também compôs músicas para as trilhas sonoras de Deus e o diabo na terra do Sol (1964) e Terra em transe (1967), grandes símbolos do Cinema Novo, dirigidos por Glauber Rocha (1939-1981).
Em 1968, escreveu o roteiro musical para a peça de Ariano Suassuna (1927-2014), O auto da compadecida, levada ao cinema pelo diretor George Jonas.
Em 1991, publicou o livro Quem quebrou meu violão (ed. Record), um ensaio sobre a cultura brasileira desde os anos 1940. Também se dedicou a obras de poesia, entre elas o livro Canção calada (Editora VIES), lançado em 2019.
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