A próxima ‘lambança’ da CMPV: o suposto esquema dos R$ 50 milhões
Não é o dia
Hoje não é dia da coluna, mas como a Câmara de Vereadores de Porto Velho estaria preparando uma grande lambança para terça-feira (06), é melhor explicar logo o que está havendo. De início é bom esclarecer que nem todos os vereadores estariam envolvidos nesse suposto esquema para pagar um precatório de R$ 50 milhões para uma família tradicional. Para detalhar os fatos, nesta semana a coluna deverá ser publicada diariamente.
Projeto
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) deve enviar no início da tarde de terça um projeto de lei para ser votado imediatamente pelos vereadores, autorizando o município a pagar o precatório. O presidente do Legislativo Municipal, Maurício Carvalho (PSDB), já comunicou aos nobres colegas que terá sessão ordinária na terça, e também que em seguida haverá uma extraordinária. A intenção seria fazer as duas votações no mesmo dia, sem alarde algum, como se fosse algo que não merecesse destaque.
Conversa
Aliados do ex-senador Expedito Júnior (PSDB) teriam chamado a maioria dos vereadores da capital para uma conversa individual durante a última semana, e o tema em pauta teria sido o precatório milionário. Segundo consta, quase todos teriam saído com um amplo sorriso, felizes da vida e jurando manter segredo. E a informação é que não houve distribuição alguma de cargos, como poderá ser comprovado pelo Diário do Município no futuro. A negociação, se é que houve, provavelmente foi outra.
Peroba
É preciso acompanhar o resultado da votação, para saber como se posicionará cada vereador. A informação é que alguns têm uma tremenda cara de pau, por isso não se intimidarão com o vazamento da notícia escandalosa de pagar um precatório de R$ 50 milhões furando a fila. Também é bom investigar a motivação de quem votar sim, já que na Câmara de Porto Velho há vereador com passado duvidoso. Cabe esclarecer que o valor total ultrapassa os R$ 200 milhões, mas o precatório foi fragmentado para facilitar o pagamento.
Não aceitou
É bom lembrar que o ex-prefeito Mauro Nazif (PSB) se negou a armar um suposto esquema para pagar o precatório, e ainda por cima alertou os interessados que isso poderia dar cadeia, porque é preciso respeitar a ordem de cada processo. Há uma fila. Também deve ser lembrado que, em 2017, o prefeito Hildon Chaves enviou um projeto de lei para a Câmara, pedindo autorização para fazer empréstimo para pagar precatórios. Foi a maior confusão e o projeto não passou, mas até então ninguém tinha conversado reservadamente com vereadores.
Boa conversa
Agora está provado que anteriormente o projeto do empréstimo não passou porque não houve uma conversa ao pé do ouvido, individualmente, com a maioria dos vereadores. Os assessores de Expedito Júnior, pelo jeito, conseguiram o que queriam porque usaram os argumentos necessários. O bom papo aconteceu no escritório do ex-senador, que, coincidentemente, é claro, está localizado no prédio que anteriormente teria pertencido à família dona do precatório. Agora o imóvel seria da turma do Expedito.
Não bate
E tem uma coisa que não bate nisso tudo. Como o mandatário de honra da municipalidade, Expedito Júnior, é pré-candidato ao governo, por que seus aliados não vão atrás de empresários capazes de fazer doações para a eventual campanha? Afinal, é algo caro. Por que, ao invés disso, ficariam perdendo tempo procurando vereadores, supostamente intermediando o pagamento de um precatório de R$ 50 milhões? É importante lembrar que é uma parcela, porque o valor total é de R$ 200 milhões Afinal, ninguém poderia ganhar nada com isso, a não ser a família para a qual o município deve.
Explicação
Mas, pensando bem, há uma explicação. Os assessores de Expedito devem ser pessoas altruístas, que não se ligam em bens materiais. Por isso deixaram de lado a pré-campanha para, desinteressadamente, ajudar uma família que pretende furar a fila dos precatórios para receber R$ 50 milhões, talvez para ter mais conforto. E além disso tudo, ajudaram a aproximar os Poderes, já que os vereadores saíram muito contentes da reunião. A Constituição fala que os Poderes são harmônicos entre si, mas em Porto Velho esse relacionamento ultrapassa os limites da harmonia, merecendo outra denominação, mas no momento não me vem à mente uma palavra para definir.
Não sabe
É claro que o ex-senador Expedito Júnior não deve saber das traquinagens que supostamente estariam sendo cometidas por assessores dele, senão teria proibido tal prática. Será que essa gente não teme o Ministério Público? Pessoas de bem não precisam ter medo do MP, e sim respeito. Ocorre que, infelizmente, existem pessoas que não sabem o que é respeito, por isso é melhor que tenham medo mesmo. Mas algumas vezes o temor é pouco. Isso é evidente no caso de alguns vereadores, que podem ir parar na cadeia. O suposto crime? Querem mascarar uma ilegalidade com a aprovação de uma lei.
Breno
Mudando de assunto, é impossível negar que o advogado Breno Mendes era um dos mais competentes assessores do prefeito Hildon Chaves. Como se sabe, ele foi exonerado do comando da Emdur na tarde da última quinta-feira (1), mas uma fonte garante que o advogado ocupará, e rápido, outro cargo importante na prefeitura. De acordo com a fonte, “Breno sabe demais”. Na certa, este saber está relacionado ao seu conhecimento jurídico e ainda em relação ao funcionamento da máquina pública.
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