Redação, Porto Velho, RO, 03 de julho de 2025 - A Justiça de Rondônia condenou a ex-secretária de Justiça do Estado, Mirian Spreáfico, o empresário Júlio César Fernandes Martins Bonache e um ex-assessor político do ex-governador Confúcio Moura (MDB) por corrupção ativa e passiva, no âmbito da Operação Termópilas. A decisão judicial reconheceu a existência de um esquema de pagamento mensal a servidores públicos em troca de favorecimentos em contratos da empresa Fino Sabor, fornecedora de alimentação para unidades prisionais do estado.
A investigação revelou um conluio entre agentes públicos e empresários para manipular licitações e assegurar vantagens indevidas em contratos com o governo. Um dos principais elementos utilizados como prova foi uma interceptação telefônica entre Mirian e Júlio Bonache, na qual o empresário tenta persuadi-la a receber um interlocutor seu.
“Se você quiser mergulhar dentro de uma piscina pelada, se quiser trepar num poste, de longe, não é armação não. Eu só preciso que você escute ele como se fosse eu”, diz Bonache à então secretária, numa tentativa de garantir que seu emissário fosse ouvido com prioridade.
Segundo a sentença, o objetivo da conversa era assegurar que orientações e demandas de Bonache fossem tratadas diretamente com a secretária, sem sua exposição direta, o que evidencia a tentativa de ocultação das práticas ilícitas. O emissário citado seria responsável por negociar os interesses da Fino Sabor, empresa de Bonache, que mantinha contratos milionários com o Estado.
A Operação Termópilas, deflagrada originalmente pelo Ministério Público de Rondônia e pela Polícia Civil, teve como foco um amplo esquema de corrupção no alto escalão do governo estadual, especialmente em áreas sensíveis como saúde, justiça e segurança pública.
O juiz responsável pela condenação ressaltou a gravidade dos atos praticados, destacando o desvio de finalidade na atuação de agentes públicos, o uso da máquina do Estado para fins particulares e o prejuízo à moralidade administrativa.
Sentença ainda cabe recurso
Os réus foram condenados por corrupção ativa e passiva, com penas que incluem reclusão e pagamento de multas, além de proibição de ocupar cargos públicos. A defesa dos condenados poderá recorrer da decisão em instâncias superiores.
Histórico da Operação
A Operação Termópilas foi deflagrada em 2011 e desdobrou-se em diversos processos ao longo da última década. Envolveu deputados estaduais, empresários e secretários de Estado, revelando um dos maiores escândalos de corrupção já registrados em Rondônia.
Fonte: noticiastudoaqui.com