
Um forte temporal atingiu Buenos Aires e a região metropolitana da capital argentina nas primeiras horas deste sábado (25), provocando alagamentos generalizados, transtornos no trânsito e deixando milhares de pessoas sem energia elétrica. Em algumas áreas, o volume de chuva superou a média esperada para todo o mês de outubro.
Entre 5h e 7h da manhã, foram registrados cerca de 100 milímetros de precipitação, volume equivalente a quase todo o esperado para o mês inteiro. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), o acumulado chegou a 123 mm em 24 horas na estação do Observatório Central, em Villa Ortúzar, e a 84 mm no Aeroparque. Em Villa Devoto, o total chegou a 155 mm, ultrapassando a média mensal de 122,9 mm.
O SMN havia emitido alerta laranja para chuvas fortes e persistentes na capital e arredores, além de aviso amarelo para ventos de até 75 km/h. As autoridades de Defesa Civil informaram que há famílias desalojadas e recomendaram evitar deslocamentos.
A chuva intensa fez o arroio Medrano subir mais de 140%, atingindo cinco metros de altura e causando inundações em bairros como Saavedra, onde ruas viraram rios e carros ficaram submersos. Trechos das avenidas General Paz, Panamericana e Buenos Aires–La Plata foram bloqueados, e passagens subterrâneas foram fechadas.
O Ente Nacional Regulador de la Electricidad (ENRE), similar da Aneel da Argentina, informou que mais de 20 mil usuários ficaram sem energia, cerca de 17 mil atendidos pela Edesur e 3,6 mil pela Edenor.
No Aeroparque Jorge Newbery, houve atrasos em voos, mas sem cancelamentos. As autoridades pediram que os moradores permaneçam em locais seguros, evitem ruas alagadas e desliguem a energia elétrica em caso de risco de inundação.
Apesar da gravidade das chuvas na Argentina, meteorologistas da MetSul indicam que o sistema frontal que causou o temporal não deve provocar volumes significativos de chuva no Sul do Brasil neste fim de semana, com acumulados previstos entre 20 e 30 milímetros na maioria das cidades da região.