Redação, 19 de julho de 2025 – Guajará-Mirim (RO) – O governo de Rondônia irá desembolsar aproximadamente R$ 4 milhões para a reforma completa do barco hospital “Walter Bartolo”, unidade de saúde flutuante que afundou no rio Mamoré, em Guajará-Mirim, na madrugada do último dia 30 de abril. O custo do conserto praticamente equivale à compra de uma nova embarcação, segundo especialistas da área naval.
A situação chamou atenção não apenas pelo prejuízo milionário, mas também pelos impactos diretos sobre os atendimentos de saúde às populações ribeirinhas das bacias dos rios Mamoré e Guaporé, localizadas na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. O barco hospital era considerado essencial para o atendimento médico em áreas de difícil acesso.
Antes mesmo da reforma, o governo estadual já havia investido cerca de R$ 2 milhões no resgate da embarcação, que permaneceu submersa por dias. Agora, com os R$ 4 milhões estimados para recuperação e remobiliação, o total do gasto ultrapassa R$ 6 milhões, valor que poderia ser usado na aquisição de uma nova unidade hospitalar com tecnologia atualizada.
O secretário estadual de Saúde, coronel Jefferson Rocha, informou que será aberto um processo emergencial para viabilizar a reforma. “O barco será restaurado e equipado novamente para voltar a atender a população. Nossa prioridade é garantir a assistência médica às comunidades que dependem exclusivamente desse serviço”, declarou.

Impacto no atendimento e questionamentos sobre a gestão
Desde o afundamento do barco, milhares de ribeirinhos ficaram desassistidos de atendimentos médicos regulares, como consultas, exames e pequenas cirurgias, que antes eram realizados a bordo. A paralisação das atividades gerou críticas por parte de lideranças comunitárias e de parlamentares da oposição, que cobram transparência e eficiência na condução da crise.
Ainda não há um laudo técnico conclusivo que aponte as causas do sinistro, mas há suspeitas de falha estrutural ou de manutenção inadequada. Enquanto isso, o governo estadual corre contra o tempo para retomar os serviços, com previsão de que o barco volte a operar somente no primeiro semestre de 2026.
Debate sobre prioridades

O elevado custo da reforma também reacende o debate sobre a eficiência no uso dos recursos públicos, principalmente em um estado onde diversas unidades de saúde em terra firme ainda enfrentam problemas de estrutura e falta de pessoal.
O caso do “Walter Bartolo” deverá ser acompanhado de perto pelo Ministério Público Estadual e pelo Tribunal de Contas de Rondônia, que já solicitaram documentos sobre os contratos de resgate e os próximos passos da licitação emergencial para a reforma.
Enquanto isso, a população ribeirinha segue aguardando a retomada dos atendimentos — com a esperança de que o barco hospital retorne às águas, mas com segurança, estrutura e, principalmente, resultados concretos para quem mais precisa.
Fonte: noticiastudoaqui.com