Mais de 120 famílias enfrentam possível despejo na ocupação Areia Branca, um novo bairro que está nascendo na Zona Sul de Porto Velho.
A ameaça vem da Prefeitura que solicitou à Justiça a reintegração de posse da área do municipal. Mas o prefeito deveria refletir melhor. Me acompanhe e veja.
Precisamos lembrar aos advogados da Prefeitura, aos promotores do Ministério Público e aos juízes do Poder Judiciário, cujos ocupantes destes cargos hoje, não estavam aqui, muitos nem haviam nascido, quando a cidade que os acolhe e lhes proporcionam altos rendimentos, nasceu, cresceu e se expandiu, através da ocupação de terras, nem sempre pacífica, por quem não tinha onde morar.
Se hoje os políticos e as entidades representativas da sociedade produtiva, aquela que gera riquezas e enche os cofres públicos de tributos e impostos, para pagar generosos salários e penduricalhos as poderes constituídos e seus servidores, se orgulham do poder econômico e financeiro de Porto Velho, é porque teve quem tivesse coragem de ocupar suas terras e construir a cidade que é a Capital de Rondônia.
A cidade não resultado e um prévio planejamento urbano como ocorreu em Ariquemes e outras cidades de Rondônia.
Não! Porto Velho é fruto de gente simples, pobre, mas corajosa e destemida na luta para por um teto sobre as cabeças de suas famílias. Desde os tempos da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré.
Com exceção dos bairros Caiarí, Pedacinho de Chão, Tancredo neves e JK I, II e III, todos os demais nasceram pela necessidade e destemor de gente humilde que ocupou, bravamente, áreas improdutivas de especuladores imobiliários, a maioria, sem documento legal. Eram, também, invasores.
Se a Zona Sul se orgulha da pujança do comércio da Avenida Jatuarana e adjacências, deve à luta, às brigas, perseguições e prisões dos líderes dos movimentos de ocupação, construção e expansão da cidade.
Naquela região, destacam-se as ações de Raquel Cândido e do ’Indio’, depois eleitos deputados. O advogado Agenor de Carvalho, foi assassinado por proteger os ocupantes das terras do hoje Bairro Clodoaldo Pontes Pinto. Todos eles foram perseguidos pela justiça e presos pela polícia. A mesma polícia que hoje tem um condomínio só pra si, no final da Zona Sul. Na mesma região, está o condomínio privativo do Tribunal de Contas. Não é uma ironia?
Na Zona Leste não foi diferente. Hoje, é a maior região urbana da Capital, com a Rua Amador do Reis como principal centro comercial. A leste concentra mais da metade da população de Porto Velho e conta com várias zonas comerciais em plena expansão. É, ainda, o maior colégio eleitoral urbano da cidade.
Ali também tem seus heróis. Entre eles o religioso padre Enzo que levantou a Igreja de São Tiago, hoje Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
Foi ele quem combateu os exaltados, mediou conflitos, organizou o comércio da Amador dos Reis, criou escola, transformou a igreja em ambiente de convivência social, com múltiplas atividades festivas e acabou criando o maior Presépio do Mundo, com peças oriundas de vários países. Mas continua como um pastor anônimo à frente do seu rebanho.
Não foi o governo do estado, a Prefeitura, o Ministério Público e nem o Tribunal de Justiça ou o Tribunal de Contas que criaram a cidade que os acolhe e alimenta.
Quem fez e continua fazendo isso, são estas pessoas simples e humildes, heróis do coração do povo, que mesmo sofrendo ameaças, sendo escorraçadas e perseguidas, não param de construir uma cidade que já conta, no seu orçamento, com R$ 2,8 bilhões e ultrapassará aos R$ 3 bilhões em 2026.
Seus líderes populares, pobres, simples e humildes, é que são os merecedores de reconhecimento da sociedade, com direito a estátua em praça pública.
É do que trata o ‘Língua de Fogo’ de hoje, em pequenos vídeos, sobre os fatos acima. Digite, no seu celular, noticiastudoaqui.com para ver tudo e muito mais.