Enquanto o Natal celebra o nascimento de Jesus Cristo, é na Páscoa que os católicos encontram o sentido pleno de sua fé. A celebração da ressurreição de Cristo representa não apenas o ápice do calendário litúrgico - calendário de festas, cerimônias e solenidades de qualquer religião -, mas o próprio fundamento do cristianismo.
Em entrevista ao Estado de Minas, o padre Filipe Gouvêa, vigário episcopal para Ação Pastoral na Arquidiocese de Belo Horizonte, explica que, para os católicos, a Páscoa tem um significado central, pois comemora o evento que dá sentido à fé: a vitória de Jesus sobre a morte. "Como expressou São Paulo na carta aos Coríntios, 'se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé'", conta.
Em 2018, o Papa Francisco, em uma de suas catequeses, afirmou com clareza que a Páscoa é a festa mais importante da fé cristã, apesar de muitos crescerem acreditando que o Natal seja a maior celebração: "É a festa da nossa salvação, da vitória da vida sobre a morte, da concretização do amor de Deus por nós".
O Tríduo Pascal - que começa com a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa e termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição - constitui o momento mais sagrado do ano litúrgico cristão. Esses dias são mais do que celebrações: são uma renovação da caminhada de fé e um convite à missão. É nesse período que a Igreja revive o grande mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Ainda segundo o padre Filipe Gouvêa, “A experiência de fé católica nasce justamente da Páscoa, que é o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus: é a partir daí que seus discípulos vão interpretando a sua vida”.
Todos os demais aspectos de sua vida - seu nascimento, milagres e ensinamentos - ganham novo sentido à luz da ressurreição. “Esse mistério só passa a fazer sentido depois dessa data - uma vez que os discípulos comprovaram a sua palavra, certificando que ele era o filho de Deus -, sendo concretizado na vida da sociedade”, afirma.
A data é, portanto, mais do que uma festividade: para os cristãos, ela renova a esperança e convida à conversão. “Se Cristo não tivesse ressuscitado, a fé não teria fundamento. A Semana Santa é uma renovação anual do testemunho cristão”, reforça Gouvêa.
O Papa Francisco também destaca que esse período não se limita à troca de ovos de chocolate ou a festas em família, e que a verdadeira celebração começa com o compromisso: “Cristo ressuscitou - esse é o anúncio que evangeliza continuamente a Igreja”.
Gouvêa aconselha os devotos a participarem intensamente da programação da Semana Santa: “A melhor forma de vivenciar esse tempo é estar junto da comunidade, com a família, participando das missas, vigílias e da liturgia proposta”.
Ele também explica que a Semana Santa é um período de recolhimento e reflexão. Na Sexta-feira Santa, por exemplo, a Igreja orienta os fiéis a praticar o jejum, o silêncio e a oração: “Não é uma data para festejar como se fosse um aniversário. É um momento de recolhimento e meditação”.
Nas palavras do Papa Francisco, a ressurreição é o “anúncio de alegria e esperança”, mas também de responsabilidade.
(estadodeminas)
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