Redação, 11 de julho de 2025 - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta quinta-feira (10) sobre a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, elogiando a “coragem” do presidente norte-americano Donald Trump por ter imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e culpando o governo Lula pelo que chamou de “desalinhamento com o mundo livre”.

“A medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre”, afirmou Bolsonaro em nota oficial divulgada por sua assessoria.

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O ex-presidente também afirmou que a retaliação econômica não teria ocorrido caso ele ainda estivesse no cargo, e que os Três Poderes ainda têm a oportunidade de “salvar o Brasil”, em referência a uma possível reversão política e jurídica dos rumos atuais do país.

“Se estivéssemos no poder, essa medida não teria ocorrido. Tínhamos diálogo direto com Washington e respeito mútuo. O Brasil era confiável, previsível e parceiro do Ocidente”, escreveu.

Alinhamento com Trump e crítica ao STF

Bolsonaro voltou a criticar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes, a quem responsabiliza por supostas violações de direitos civis e repressão a opositores políticos. Segundo ele, o clima de instabilidade institucional contribuiu diretamente para que o governo norte-americano optasse por uma postura mais dura.

“O Brasil está hoje sob o comando de um governo que persegue, censura e ignora os pilares democráticos. O que Trump fez foi uma resposta clara e legítima a esse cenário preocupante.”

O ex-presidente ainda elogiou o “espírito de liderança” de Trump, chamando-o de “estadista comprometido com a liberdade” e “amigo do Brasil verdadeiro”.

Reações políticas

A nota de Bolsonaro teve repercussão imediata entre aliados e opositores. Parlamentares da base governista acusaram o ex-presidente de “comemorar sanções contra o país” e de atuar politicamente em sintonia com uma potência estrangeira, num momento delicado para as exportações brasileiras.

Já integrantes da oposição viram a fala como um posicionamento estratégico para fortalecer a base conservadora, especialmente no Congresso Nacional, que deve discutir nas próximas semanas o projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro, visto por aliados de Bolsonaro como essencial para acalmar a crise com Washington.

Lula mantém silêncio

Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se pronunciou sobre as declarações de Bolsonaro. O Palácio do Planalto mantém esforços diplomáticos com o Departamento de Estado norte-americano para tentar contornar a situação e evitar o agravamento da crise comercial.

Nos bastidores, auxiliares de Lula avaliam que Trump está usando a política externa como ferramenta eleitoral, e que o tom adotado por Bolsonaro pode dificultar ainda mais uma reaproximação entre os dois países.

Exportadores pressionam, e diplomatas buscam saída

O aumento das tarifas já afeta exportadores brasileiros de carne, soja, minério e manufaturados, e entidades do setor pressionam por uma resposta imediata. Enquanto o governo tenta uma solução técnica e política, cresce o temor de que novas barreiras comerciais possam ser impostas caso o ambiente institucional brasileiro continue sendo alvo de críticas no exterior.

Fonte: noticiastudoaqui.com