
Redação, EUA, 22 de agosto de 2025 - O governo dos Estados Unidos emitiu um alerta de viagem de nível máximo (Nível 4: Não Viaje) aos seus cidadãos em relação à Venezuela. A recomendação é clara: não permanecer nem viajar ao país, devido a uma série de ameaças que tornam o país extremamente perigoso para estrangeiros — especialmente americanos.
Principais riscos apontados
O Departamento de Estado destaca múltiplos perigos para quem está ou pretende ir à Venezuela:
- Detenção injusta: americanos têm sido detidos sem justificativa e por longos períodos, inclusive por mais de cinco anos, frequentemente sem acesso a defesa legal ou notificação aos familiares.
- Risco de tortura e maus-tratos durante a detenção.
- Sequestros, terrorismo, crimes violentos e uso arbitrário da força policial.
- Instabilidade civil e sistema de saúde precário.
- Indisponibilidade de apoio consular: os EUA não mantêm embaixada ou consulado em Caracas desde 2019, o que torna inviável oferecer assistência emergencial ou regular a cidadãos detidos.
Recomendações enfatizadas
O alerta norte-americano traz instruções incomuns e graves para quem insiste em permanecer ou viajar:
- "Prepare um testamento": inclusive designando beneficiários de seguros e estabelecendo procuração legal (power of attorney), para garantir representação em caso de detenção.
- Estabelecer protocolos de comunicação, como um plano de “prova de vida”, e considerar a contratação de segurança privada.
- Evitar áreas fronteiriças com Colômbia, Brasil e Guiana, que têm presença de grupos armados e histórico de instabilidade.
- Partida imediata: todos os norte-americanos na Venezuela são aconselhados a deixar o país sem demora, independentemente de sua situação migratória ou cidadania múltipla.
Reação da Venezuela
O governo de Nicolás Maduro emitiu uma resposta diplomática de retaliação: através do chanceler Yván Gil, aconselhou que cidadãos venezuelanos evitem viagens aos Estados Unidos, acusando Washington de manter "padrão sistemático de violações de direitos humanos", incluindo detenções arbitrárias, separação de famílias e uso de "campos de concentração" para imigrantes repatriados.
Panorama estratégico
Este episódio revela o nível extremo de tensão diplomática entre os dois países:
- A ausência de representação diplomática dos EUA na Venezuela agrava a situação de risco para seus cidadãos no país.
- As medidas de contra-alerta venezuelanas reforçam a deterioração da comunicação e da confiança internacional entre os governos.
- O cenário reflete a deterioração contínua da situação política, social e de segurança na Venezuela, com graves implicações humanitárias e migratórias.
Conclusão
O alerta de viagem emitido pelos Estados Unidos classifica a Venezuela como o destino mais perigoso para cidadãos americanos atualmente, com riscos que vão desde detenções arbitrárias até a falta de assistência consular. A contrapartida venezuelana emite um alerta semelhante aos seus cidadãos, aprofundando uma crise diplomática e destacando a urgência de precaução para qualquer pessoa — especialmente estrangeiros — que esteja no território venezuelano.
Fonte: noticiastudoaqui.com