minha análise



Em viagem visitando parentes no Rio Grande do Sul (RS), em Santa Maria e região, me deparei com cenários alarmantes do grande quantitativo de campos que antes abrigavam criações de bovinos e ovinos e que se transformaram em lavouras da monocultura da soja. Fiquei estarrecido pela abrangência que a oleaginosa atingiu no Estado. O problema (no meu entendimento) é que todas as lavouras são plantadas com sementes transgênicas e necessitam de uma quantidade considerável de pesticidas. É evidente que o “mar verde” é lindo de se ver, mas a soja está acabando com outros cultivos.

Explico

Como as lavouras cada vez mais se aproximam das cidades e casas dos agricultores para aproveitar cada centímetro de terra disponível, os herbicidas e larvicidas despejados às toneladas nas lavouras, acabam sendo levados pelo vento para nascentes de água e para os pomares, destruindo tudo. É triste de ver parentes que antes cultivavam tudo para sua subsistência agora comprar até o leite em supermercados. Eu acho isso trágico.

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Me assusta

Fiz os comentários acima para alertar nossas autoridades rondonienses, tendo em vista que a soja chegou (pelo visto) para ficar nas lavouras de todo Estado. É preciso repensar se é isso que queremos para Rondônia e para a economia. Vejo a grande quantidade de campos abertos atualmente e que futuramente, se nada for feito, se transformarão em lavouras de soja, podem ter certeza. A indústria é muito forte e o preço do produto irá fazer com que nossos produtores migrem para esta monocultura. E nossos rios, nossas florestas? Estou muito preocupado.

No entanto...

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No jornal Diário de Santa Maria, edição desta quarta-feira (13), foi publicado um estudo que foi financiado pela Prefeitura Municipal de Santa Maria (cerca de R$ 200 mil), realizado entre 2014 e 2015 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o Ministério da Agricultura e apoio técnico da Universidade Federal de Santa Maria. Segundo a reportagem, o estudo é único no Brasil e aumenta a possibilidade de expandir a produção agrícola no município.

O que foi feito...

No estudo edafoclimático (solo e clima) foram analisados amostras de solo da região e potencial hídrico e com isso foi apontado quais as culturas para cada área da região. Com isso foram apontadas 16 culturas, entre as já tradicionalmente plantadas como soja, arroz e novas culturas como oliveiras e nóz-pecã e citrus. Com este estudo será possível redirecionar políticas públicas rurais já existentes.

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Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural do município, Rodrigo de Oliveira Menna Barreto o levantamento servirá para, além do redirecionamento de políticas públicas para o setor, servir para conhecimento dos produtores já estabelecidos em Santa Maria e ainda, atrair novos investidores para a cidade. O estudo é uma peça fundamental para a tomada de decisões, principalmente as técnicas, orientando os agricultores para diversificar a produção, além de fazer uso eficiente dos recursos naturais. É citado na reportagem o cultivo de oliveiras, a qual já existe a projeção do plantio de 40 hectares ainda este ano, o que viabilizaria a instalação de uma indústria, a qual já existe um grupo interessado em se instalar na cidade.

Quem sabe...

Um estudo desta magnitude também poderia ser realizado em terras rondonienses, mostrando o potencial de cada região, para melhor aproveitamento das áreas agriculturáveis. O que não podemos é deixar que a monocultura e a indústria da soja tome conta do Estado com o único pretexto econômico. É preciso ver e se analisar os custos benefícios de tudo isso. O que eu vi é estarrecedor. Áreas foram devastadas, nascentes de água destruídas, áreas à beira da estrada (que é reservada ao Dnit) invadidas pelos agricultores que aproveitam qualquer pedacinho de chão agriculturável para extrair um pouco mais de lucro. Pensemos nisso.

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