Governador de Roraima nega que garimpo prejudique os Yanomami



 

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), declarou que a crise humanitária que atinge as comunidades indígenas não são de responsabilidade apenas do Estado, mas de todos os últimos presidentes.

“Foi dada publicidade há um problema que é recorrente há 20 anos”, disse ao jornal Folha de S.Paulo.

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Denarium, que é aliado de Bolsonaro, diz ser a favor de os indígenas começarem a explorar as áreas férteis em minérios, e comparou a situação com os cassinos instalados em reservas indígenas nos EUA.

“Imagine você desempregado, pobre, passando fome, doente. Dentro da sua casa tem um quadro do Picasso que vale US$ 1 bilhão. O que você faria? Venderia. Aí pega o dinheiro e melhora sua qualidade de vida. Igual aos indígenas americanos”, disse.

“Os cassinos nos EUA ficam todos dentro de área indígena. Os hotéis de luxo próximos a Nova York ficam todos dentro de área indígena. Os indígenas ganham royalties”, finalizou.

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O governador declarou que o pedaço de terra de Roraima é o mais rico do mundo, “tem a tabela periódica inteira”. E pontuou o projeto de lei que tramita no Congresso sobre a liberação da exploração agropecuária, mineral e hidrelétrica em área indígena, desde que com a concordância das comunidades.

Na última semana, um dia depois de o Ministério da Saúde decretar emergência em Roraima, a comandante da pasta, Nísia Trindade, disse que o garimpo ilegal de ouro na região é a principal causa da crise de saúde que afeta a etnia.

Denarium rebateu a afirmação de que a atividade esteja prejudicando a saúde dos Yanomami.

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“Quando fala de desnutrição, tem no Brasil inteiro. Se for em São Paulo, tem crianças com desnutrição. E estou falando da população normal, não-indígena. Se for na Bahia, que tem estrada e tudo, eles moram praticamente dentro da cidade. Eu estava vendo reportagem sobre índios Pataxó com desnutrição. Aqui em Roraima, 80% dos indígenas já são aculturados, ou seja, tem um bom convívio e relacionamento com os brancos”, afirma.

Denarium também negou que os registros mostram crianças e adultos desnutridos.

“A Cufa [Central Única das Favelas] está entregando cestas de alimentos aqui. Você vê nas filas, nos vídeos que eles publicam, não tem nenhum desnutrido. Todo mundo bem arrumadinho, tudo certinho. O problema é localizado, não é generalizado”, declarou.

(Poder360)



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