Alessandra ficou conhecida por gravar vídeos no Senado durante os ataques
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A Justiça argentina prendeu dois brasileiros condenados pelo 8 de janeiro, acusados de crimes como golpe de Estado e dano ao patrimônio. Um deles é marido de Alessandra Faria Rondon, que continua foragida e ficou conhecida ao postar vídeo durante a invasão, chamando senadores de "traidores da Pátria”
O FOLHA DO SUL ON LINE publicou, em janeiro deste ano, a decisão do STF, que condenou a mato-grossense a 17 anos de prisão por participação nos atos de vandalismo em Brasília, onde prédios públicos foram depredados.
Na ocasião, um vídeo gravado pela própria Alessandra, no qual ela se identifica, viralizou em grupos no WhatsApp, mas também pode ter servido como prova para condená-la (LEMBRE AQUI)
JOELTON GUSMÃO DE OLIVEIRA, CONDENADO A 16 ANOS
Condenado a 16 anos de prisão, Joelton foi preso em La Plata enquanto tentava renovar seu status provisório de refugiado. Natural de Minas Gerais, Joelton foi acusado de incitar invasores ao Congresso. Em registros em vídeo, ele comemorava a entrada no prédio e afirmava: "É assim que se toma o poder".
Antes de fugir para a Argentina, ele residia em Vitória da Conquista, na Bahia, junto à esposa, Alessandra Faria Rondon. Ela foi condenada a 17 anos por participação no 8 de janeiro.
Alessandra ficou conhecida por gravar vídeos no Senado durante os ataques. Em um deles, ela se identifica e chama senadores de Mato Grosso de "traidores da Pátria", afirmando que só sairia do local após uma intervenção militar. Em sua defesa, Alessandra alegou estar no plenário por motivos religiosos, negando qualquer intenção golpista.
Após as condenações, o casal fugiu para a Argentina, onde buscou refúgio político, alegando perseguição. No entanto, o endurecimento das leis migratórias pelo governo Milei dificultou suas estratégias de defesa. Joelton foi detido devido a um pedido de extradição do STF, o que sua defesa classificou como ilegal, argumentando que ele possuía autorização provisória para permanecer no país. Alessandra permanece foragida.
ENDURECIMENTO DAS REGRAS POR MILEI
Em outubro de 2024, o governo de Javier Milei publicou um decreto que endureceu as condições para a concessão de refúgio político na Argentina. Entre as mudanças, foi definido que pessoas envolvidas em crimes graves, como atos contra a democracia ou a paz internacional, não poderão ser reconhecidas como refugiadas. A medida, segundo o governo, visa tornar o sistema de refúgio mais eficiente e evitar abusos, mas especialistas alertam que pode dificultar a situação de brasileiros condenados pelo 8 de janeiro.
Desde o início de 2024, mais de 180 brasileiros acusados de envolvimento nos atos do 8 de janeiro solicitaram refúgio político na Argentina. No entanto, as mudanças recentes na legislação argentina impedem a concessão desse status a pessoas envolvidas em crimes graves contra a paz ou a democracia. Advogados e especialistas divergem sobre os impactos das novas regras nos processos dos refugiados brasileiros.
Os brasileiros aguardam a análise dos pedidos de refúgio pelo Conare (Comisión Nacional para Refugiados), órgão vinculado ao governo de Javier Milei. Ao mesmo tempo, a Justiça argentina avalia os pedidos de extradição feitos pelo Brasil.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação
