
Mato Grosso — A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29/5), a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro no estado de Mato Grosso. Como resultado da nova etapa, o juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT), foi afastado do cargo por determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, teve seus bens e valores — estimados em R$ 30 milhões — bloqueados pela Justiça, e seu passaporte foi apreendido.
Segundo as investigações, o magistrado é suspeito de proferir decisões judiciais mediante o recebimento de propinas milionárias. Para disfarçar os pagamentos ilegais, o grupo teria criado um complexo sistema de lavagem de dinheiro, envolvendo mecanismos sofisticados para ocultar o fluxo financeiro ilícito.
O Correio tenta contato com a defesa do juiz, mas ainda não obteve retorno.
Mandados e novas provas
Nesta fase da operação, a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços no estado de Mato Grosso. De acordo com nota divulgada pela PF, o objetivo principal das diligências é a coleta de novas provas que reforcem as suspeitas de corrupção no âmbito do Poder Judiciário estadual.
“A investigação identificou mecanismos sofisticados para dissimular o recebimento de vantagens indevidas, com movimentações financeiras que indicam a prática reiterada de crimes de lavagem de dinheiro”, informou a Polícia Federal.
Desdobramentos e novas revelações
A deflagração da oitava fase da Sisamnes ocorre menos de 24 horas após revelações alarmantes feitas na etapa anterior da mesma operação. Na quarta-feira (28), a PF revelou que militares da ativa e da reserva estavam envolvidos na criação de uma empresa clandestina denominada “Comando C4: Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”. O grupo estaria atuando com espionagem ilegal e também teria participação em assassinatos por encomenda.
Sobre a Operação Sisamnes
A Operação Sisamnes foi batizada em referência a um juiz persa da Antiguidade, que foi punido severamente após ser flagrado aceitando subornos. Com foco inicial no combate à corrupção no sistema judiciário, a operação tem desvelado conexões que extrapolam o Judiciário, envolvendo também organizações clandestinas e setores militares.
A Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso ainda não se manifestou oficialmente sobre o afastamento do magistrado. O caso tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal.
A Polícia Federal informou que as investigações seguem em curso e não descarta a deflagração de novas fases da operação.
Fonte: noticiastudoaqui.com