
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) manteve o juiz Glauco Coutinho Marques no cargo, na comarca de Gurinhém (PB), mesmo depois dele ser denunciado pelo Ministério Público do estado em um esquema de desvio de dinheiro público.
Como mostrou a coluna, tanto o juiz como sua esposa foram denunciados, em julho de 2024, em um caso que apura suspeitas de desvios de recursos públicos da cidade de Itabaiana (PB), onde a esposa do juiz foi Secretária de Saúde.
Ambos são suspeitos de receber uma “mesada” proveniente dos desvios, o que a defesa dos dois nega ter acontecido (leia mais abaixo). O caso é apurado no âmbito da operação Pote de Ouro.
Mesmo após a denúncia, Glauco Marques continuou no cargo e só foi afastado meses depois, em dezembro, após ser alvo da primeira fase da operação Retomada, dessa vez por dar decisões suspeitas que resultaram em descontos irregulares de aposentados. Foi nesse caso em que ele deu uma decisão relâmpago, em 16 minutos, contra aposentados.
Um relatório do TJPB, realizado por determinação do Conselho Naciona de Justiça (CNJ), mostra que, entre a denúncia, em julho, até o seu afastamento, em dezembro, a vara comandada pelo juiz continuou dando decisões.
Em sua maioria, os casos tratavam de homologações de acordo extrajudicial para contribuições associativas. Algumas das sentenças, inclusive, foram anuladas posteriormente nos desdobramentos da operação Retomada.