Porto Velho, 31 de maio de 2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou nesta sexta-feira (30) as medidas de austeridade fiscal adotadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Durante um evento em Brasília, Lula questionou os cortes promovidos pelo antecessor, afirmando: “Economizar para quem?”. A fala foi acompanhada de críticas à política econômica praticada pelo governo anterior.
Segundo Lula, a gestão Bolsonaro priorizou o ajuste fiscal em detrimento de políticas sociais e investimentos públicos. “O Brasil não pode ser governado apenas com a calculadora na mão. O país precisa de sensibilidade, de olhar para o povo. Cortaram investimentos essenciais, como saúde e educação, e dizem que é responsabilidade fiscal. Responsabilidade com quem?”, provocou o presidente.
Lula reiterou sua visão de que políticas de austeridade, como as aplicadas no governo passado, prejudicam o crescimento econômico e aprofundam desigualdades. “Essa ideia de cortar tudo, reduzir tudo, só serve para sufocar quem mais precisa do Estado. Economizar para quem? Para deixar o povo sem assistência?”, questionou, sob aplausos da plateia.
Histórico comparativo: políticas fiscais de Lula e Bolsonaro
Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), a equipe econômica, liderada pelo então ministro Paulo Guedes, implementou uma política de forte ajuste fiscal. A proposta central era reduzir o tamanho do Estado, cortar gastos públicos e promover reformas estruturais, como a da Previdência, aprovada em 2019.
Entre as medidas adotadas, destacam-se:
- Teto de gastos: manutenção da regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior.
- Cortes orçamentários: redução de verbas em áreas como educação, ciência, meio ambiente e programas sociais.
- Privatizações: tentativa de acelerar a venda de estatais e ativos públicos para diminuir a presença do Estado na economia.
- Auxílio emergencial: durante a pandemia da Covid-19, o governo flexibilizou temporariamente a austeridade com o pagamento de benefícios sociais, mas retomou o foco no controle fiscal após a crise sanitária.
Já nos governos Lula (2003-2010 e desde 2023), a política fiscal se caracteriza por maior flexibilidade, com foco no aumento dos investimentos públicos, ampliação de programas sociais e políticas de estímulo ao crescimento econômico.
As principais marcas da política econômica de Lula incluem:
- Investimentos sociais: fortalecimento de programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Fome Zero.
- Crescimento com distribuição de renda: prioridade para o aumento do salário mínimo acima da inflação e expansão do crédito para consumo popular.
- Maior participação do Estado: em setores estratégicos, como infraestrutura e energia, através de empresas estatais e investimentos públicos.
- Nova regra fiscal: em 2023, o governo Lula propôs um novo arcabouço fiscal, substituindo o teto de gastos por uma regra que busca conciliar responsabilidade fiscal com espaço para investimentos sociais.
O embate entre essas duas visões — uma mais austera e liberal, outra mais desenvolvimentista e social — continua sendo um dos principais pontos de contraste no debate público brasileiro, especialmente diante dos desafios relacionados ao crescimento econômico, redução das desigualdades e sustentabilidade das contas públicas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não respondeu até o momento às declarações de Lula.
Fonte: noticiastudoaqui.com