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AMEAÇA E COAÇÃO AO VIVO - Tirania de Moraes em general e ameaça de prisão a ex-ministro: veja o que aconteceu no STF; veja vídeos

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O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta terça-feira (3) os vídeos dos depoimentos de testemunhas no julgamento que apura a possível tentativa de golpe de Estado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. As gravações, tornadas públicas, mostram momentos de tensão e embates entre o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, militares de alta patente e políticos.

Entre os destaques das audiências está a dura repreensão de Moraes ao general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, além de uma ameaça de prisão ao ex-ministro Aldo Rebelo por desacato. O material também revela detalhes de uma suposta ameaça de prisão a Bolsonaro, caso uma tentativa golpista fosse adiante.

General teria ameaçado prender Bolsonaro

Em um dos depoimentos, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, confirmou a existência de uma reunião no Palácio da Alvorada, realizada após o segundo turno das eleições de 2022. Durante o encontro, segundo ele, foram discutidas "hipóteses de atentar contra o regime democrático", como decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio. Mas ambos teriam que ser aprovados pelo Congresso Nacional e estão previstos na Constituição Federal.

O brigadeiro relatou que, nesse contexto, o então comandante do Exército, general Freire Gomes, teria alertado Jair Bolsonaro que, caso o plano golpista fosse levado adiante, ele próprio se veria obrigado a prender o presidente.

Na gravação, o ministro Luiz Fux perguntou como se deu esse alerta. Baptista Júnior explicou:

“A partir do dia 11, dia 14 [de novembro], nós começamos a imaginar que os objetivos políticos de uma medida de exceção não eram para garantir a paz social até o dia 1º de janeiro. E foi dentro desse contexto que o general Freire Gomes colocou [a questão da prisão].”

Moraes dá bronca em general: "Ou mentiu na polícia ou mente aqui"

Durante o depoimento de Freire Gomes, Alexandre de Moraes confrontou, desrespeitosamente, o ex-comandante do Exército por apresentar versões contraditórias sobre a atuação do almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha. Segundo Moraes, na oitiva à Polícia Federal, Freire Gomes havia indicado que Garnier apoiava Bolsonaro, mas mudou sua fala no STF, negando conluio.

Em um dos momentos mais tensos, Moraes alertou:

"Antes de responder, pense bem. A testemunha não pode deixar de falar a verdade. Se mentiu na polícia, tem que falar que mentiu na polícia. Não pode agora no STF dizer que não sabia... Ou o senhor falseou a verdade na polícia ou está falseando aqui."

A frase direta e incisiva evidenciou o clima de tensão e a seriedade da acusação, que pode configurar crime de falso testemunho.

Ameaça de prisão a Aldo Rebelo

Outro trecho marcante dos vídeos mostra o momento em que Alexandre de Moraes ameaça prender Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, por desacato. Durante seu depoimento, Rebelo foi questionado pelo advogado do ex-comandante da Marinha se Garnier teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro para viabilizar um golpe.

Aldo Rebelo respondeu que a expressão “estou à disposição” deve ser entendida como uma força de linguagem, e não uma manifestação literal de apoio a uma ruptura institucional.

A justificativa irritou Moraes, que reagiu com grosseria:

“Se o senhor não se comportar, o senhor será preso.”

O episódio gerou repercussão imediata e reforçou o tom rígido adotado pelo ministro na condução dos trabalhos.

Tarcísio: Bolsonaro estava "triste e resignado"

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também prestou depoimento, a pedido da defesa de Bolsonaro. Em sua fala, ele descreveu o ex-presidente como "triste e resignado" após a derrota nas eleições e afirmou que Bolsonaro estava tratando de problemas de saúde nesse período.

Tarcísio negou ter ouvido, em qualquer momento, menções ou articulações de Bolsonaro em favor de uma ruptura institucional. Ele também reforçou que o ex-presidente não estava no Brasil na data dos atos de 8 de janeiro de 2023.

Moraes também repreende advogado: "Não vou permitir circo no meu tribunal"

Outro momento de tensão foi registrado durante o depoimento de Freire Gomes, quando Alexandre de Moraes repreendeu o advogado Eumar Novacki, defensor do ex-ministro Anderson Torres. Moraes se irritou após o advogado insistir repetidamente sobre questões relacionadas à minuta golpista.

"Doutor, o senhor já perguntou quatro vezes a mesma coisa", disse Moraes.

Diante da reclamação de Novacki sobre tratamento desigual, o ministro foi ainda mais enfático:

“Não vou permitir que vossa senhoria faça circo no meu tribunal.”

Julgamento histórico

O julgamento no STF trata das responsabilidades de Bolsonaro e de seus aliados civis e militares na tentativa de golpe e nos ataques às instituições democráticas. A divulgação dos vídeos aumenta a transparência do processo e revela a tensão que marca o ambiente jurídico e político em torno do caso.

Os próximos desdobramentos do julgamento são aguardados com grande expectativa, diante da possibilidade de responsabilização criminal de ex-altas autoridades do país e de eventuais efeitos sobre o cenário político nacional. Ou não.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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