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Aumento de 1.265% em relação a 2023 acende alerta sobre impactos da crise climática e da seca histórica na região
Redação, 10 de julho de 2025 - A Floresta Amazônica enfrentou, em 2024, um dos piores anos de sua história recente. Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelam que, de janeiro a setembro do ano passado, 26.246 km² de floresta sofreram degradação — o maior número registrado em 15 anos de monitoramento pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
O número é 13 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, quando a degradação somou 1.922 km² — uma alta alarmante de 1.265%. Para se ter uma ideia da dimensão, a área degradada em 2024 equivale a mais de 17 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O que é degradação florestal?
Ao contrário do desmatamento, que envolve o corte raso da vegetação, a degradação diz respeito aos danos provocados por queimadas e extração seletiva de madeira, que enfraquecem o ecossistema e deixam a floresta mais vulnerável a incêndios e colapsos futuros.
O fenômeno, segundo especialistas, antecipa o desmatamento: áreas degradadas hoje são mais propensas a se tornarem desmatadas amanhã.
Crise climática e seca extrema agravaram o cenário
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), os dados refletem o impacto direto de uma combinação de fatores extremos: a pior seca em 45 anos na Amazônia, associada à crise climática global e ao avanço de queimadas ilegais.
“O solo ressecado, os rios em níveis historicamente baixos e a elevação das temperaturas criaram condições ideais para a propagação rápida e descontrolada do fogo”, informou o MMA em nota oficial. A situação foi agravada pelo fenômeno climático El Niño, que intensificou o calor e reduziu ainda mais as chuvas na região.
Reação do governo e da sociedade
O aumento da degradação causou preocupação no governo federal, que lançou em outubro de 2024 uma força-tarefa integrada entre Ibama, ICMBio, Forças Armadas e Defesa Civil, focada no combate às queimadas e no apoio a comunidades afetadas.
O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) também foi reativado com metas mais rigorosas para 2025. No entanto, ambientalistas alertam que os esforços ainda são insuficientes diante da velocidade do avanço da degradação.
“Estamos vendo a floresta entrar em colapso diante dos nossos olhos. A degradação é o prenúncio da destruição total, e exige ação imediata”, afirmou Ana Paula Souza, pesquisadora do Imazon.
O que esperar de 2025?
Embora o governo tenha prometido reforço nas ações de prevenção e fiscalização para 2025, a expectativa de especialistas é de que os efeitos da seca prolongada continuem a afetar a Amazônia, dificultando a recuperação das áreas degradadas.
Destaques dos dados de 2024:
- 26.246 km² de floresta degradada (jan-set)
- Maior índice desde o início do monitoramento, em 2008
- Alta de 1.265% em relação ao mesmo período de 2023
- Incêndios e extração de madeira são as principais causas
- Estados mais afetados: Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia
A degradação da Amazônia deixa um alerta claro: sem ação imediata e coordenada, a floresta pode perder sua capacidade de regeneração, impactando diretamente o clima, a biodiversidade e milhões de vidas no Brasil e no mundo.
Fonte: noticiastudoaqui.com