
Redação, Brasil, 04 de julho de 2025 – O senador Marcos do Val (Podemos-ES) desembarcou no Brasil nesta segunda-feira (4/8), após viagem aos Estados Unidos, e foi imediatamente alvo de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão e aplicou as determinações judiciais, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar o país sem autorização judicial.
A decisão é parte de um inquérito que investiga supostas tentativas de obstrução às investigações relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Marcos do Val, que já vinha sendo monitorado pelo STF, é acusado de descumprir medidas anteriores e de divulgar informações sigilosas sobre investigações em andamento, o que teria motivado o endurecimento das restrições.
O que motivou as medidas de Moraes
Segundo fontes próximas ao inquérito, Moraes entendeu que o senador representa risco à instrução processual, sobretudo após sucessivas declarações públicas sobre bastidores das investigações e suas idas frequentes ao exterior. A decisão prevê:
- Tornozeleira eletrônica para monitoramento em tempo real;
- Entrega do passaporte à Polícia Federal;
- Proibição de contato com investigados em inquéritos sobre os atos antidemocráticos;
- Limitação de deslocamento para fora de Brasília sem prévia autorização do STF.
O episódio marca mais um capítulo da tensão entre o senador e o Supremo. Do Val já foi alvo de medidas anteriores, incluindo busca e apreensão em seu gabinete e na residência, além do bloqueio do passaporte em 2023.
Repercussão política e defesa do senador
A decisão provocou forte repercussão no Congresso Nacional. Parlamentares alinhados ao governo federal e à oposição se manifestaram de forma divergente. Enquanto aliados de Moraes defendem a aplicação rigorosa da lei, integrantes da ala bolsonarista criticaram a medida, classificando-a como “exagerada e de cunho político”.
A defesa do senador, em nota enviada à imprensa, afirmou que ele “cumprirá todas as determinações judiciais, embora discorde da necessidade de tais medidas” e prometeu recorrer ao STF para tentar flexibilizar as restrições.
Analistas políticos avaliam que o caso reforça o papel central de Moraes no enfrentamento a parlamentares e figuras públicas envolvidas em episódios ligados ao 8 de janeiro. Para o cientista político Rodolfo Costa, “as medidas contra Marcos do Val sinalizam que o STF continuará vigilante contra qualquer tentativa de interferência ou desinformação relacionada às investigações”.
Contexto do conflito com o STF
Marcos do Val ganhou destaque no cenário nacional após alegar ter sido pressionado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para colaborar em suposto plano contra o ministro Alexandre de Moraes. As declarações, feitas em 2023, motivaram uma série de convocações e depoimentos à PF, mas também expuseram o senador a contradições públicas.
Desde então, o parlamentar adotou postura de enfrentamento ao STF, chegando a fazer protestos em plenário e transmissões ao vivo em que questionava decisões da Corte. Moraes, por sua vez, tem reiterado em suas decisões que o comportamento do senador ameaça a integridade das investigações.
Com a imposição da tornozeleira eletrônica, o senador entra em uma fase de monitoramento intensivo, em um movimento que especialistas avaliam como sinal claro de endurecimento do Supremo em relação a figuras públicas investigadas por atentados à democracia.
Fonte: noticiastudoaqui.com