
Decisão impede retomada de comissões; oposição pretendia manifestação contra medidas judiciais ao ex-presidente
Redação, Brasília, 22 de julho de 2025 – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou nesta terça-feira (22) a suspensão de todas as reuniões de comissões da Casa até 1º de agosto, frustrando a tentativa de deputados da oposição de realizarem sessões em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo recente de medidas cautelares da Justiça.
O ato foi publicado na manhã desta terça-feira e confirma o recesso parlamentar iniciado no dia 18, apesar dos esforços de parlamentares bolsonaristas para retomar os trabalhos em duas comissões estratégicas: Segurança Pública e Relações Exteriores.
Segundo Motta, a manutenção do recesso deve-se a reformas estruturais nas dependências da Câmara. Em nota anterior, divulgada na última sexta-feira (18), o presidente da Casa já havia sinalizado que atividades legislativas permaneceriam suspensas durante o período.
A decisão, no entanto, foi recebida com indignação por aliados de Bolsonaro. O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ), classificou a medida como “ilegal e não regimental”, alegando que a proibição fere o direito dos parlamentares de se manifestarem politicamente, mesmo durante o recesso.
A Comissão de Segurança Pública chegou a reunir o quórum mínimo de 25 deputados nesta manhã, mas a sessão não foi autorizada. Em vez disso, os parlamentares realizaram um ato simbólico, com discursos em defesa de Bolsonaro e críticas ao que classificam como "perseguição judicial".
"Não estamos de recesso quando o Brasil está em crise institucional. Seguiremos nos nossos estados, mobilizados e trabalhando pela verdade", declarou o deputado federal Sanderson (PL-RS), um dos principais articuladores do movimento.
O episódio evidencia a tensão entre o atual comando da Câmara e a ala bolsonarista, que tem buscado manter visibilidade política diante do avanço de investigações contra o ex-presidente. Entre as principais medidas judiciais recentes, está a apreensão de documentos e a proibição de Bolsonaro de manter contato com outros investigados no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.
A oposição promete manter a mobilização nas redes e nos estados até a retomada oficial dos trabalhos legislativos no início de agosto.
Fonte: noticiastudoaqui.com