
Ex-candidata à prefeitura de Porto Velho diz que não pretende se filiar a um partido apenas por conveniência
Redação, Porto Velho (RO), 29 de julho de 2025 - Em recente entrevista à imprensa, a juíza e ex-candidata à Prefeitura de Porto Velho, Euma Tourinho, falou abertamente sobre sua experiência política, os desafios da campanha eleitoral, sua decisão de deixar o MDB, e os convites que vem recebendo para seguir na política partidária.
Tourinho, que ganhou notoriedade ao disputar o Executivo municipal nas últimas eleições, revelou que está em um momento de análise, e que não pretende se filiar a um partido apenas por estratégia ou pressão política.
“Não tenho intenção de me filiar apenas para estar filiada. Política, para mim, deve ser instrumento de transformação social. Preciso me identificar com os valores e princípios do partido, antes de tomar qualquer decisão”, afirmou.
Saída do MDB
Sobre o desligamento do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a magistrada explicou que a escolha foi baseada em divergências internas e alinhamentos que não correspondiam aos seus princípios pessoais e de gestão pública.
“A política partidária precisa ser mais do que acordos e interesses. É sobre o que você quer representar para a sociedade. Minha saída do MDB foi uma escolha consciente e respeitosa. Continuo dialogando com outros grupos, mas com muito critério”, explicou.
Experiência que humanizou
Euma fala sobre o impacto pessoal que a campanha eleitoral lhe causou. Com um histórico no Judiciário — e sendo a primeira mulher a presidir a Associação dos Magistrados de Rondônia (Ameron) —, ela compartilhou que a experiência nas ruas mudou sua visão de mundo.
“A campanha me colocou dentro das casas, das dores e da realidade das pessoas. Foi a maior lição de humanidade que já vivi. Como juíza, somos treinados a não reagir, a manter neutralidade. Mas na política, o contato humano é visceral. Vi pessoas sem ter o que comer. Isso me tocou profundamente.”
Popularidade e reflexões
Euma também comentou o quanto sua imagem pública se transformou desde a eleição. De pouco conhecida, passou a ser lembrada por metade da população da capital, relata.
“Uma vez, em uma loja, o atendente só me reconheceu quando digitou meu nome no sistema. Ele disse: ‘Euma Tourinho? Eu votei nela!’ Mas ficou me olhando antes sem reconhecer. Um psicólogo amigo disse que as pessoas me imaginam como alguém distante, inacessível. Eu quero quebrar essa imagem. Juiz é ser humano.”
Futuro político
Apesar de não ter anunciado um novo partido, Euma confirmou que recebeu convites de várias siglas. No entanto, ainda está analisando com calma, colocando o propósito público acima de qualquer ambição pessoal.
“Meu foco é construir um projeto político que tenha sentido, que dialogue com os problemas reais da cidade. Se isso envolver uma nova filiação, será com coerência.”
Com informações de rondoniaovivo