
Não faz muito tempo, o desabastecimento de água tratada na cidade de Porto Velho ocupou discursos oficiais e espaços privilegiados em sites de notícias, mas logo o tema caiu na vala comum do esquecimento, como quase tudo que diz respeito ao interesse da população. Hoje, um dos assuntos mais comentados nos jornais eletrônicos e nas mídias sociais é a sucessão do governador Marcos Rocha.
À exceção daqueles que precisam do precioso líquido, quase não se ouve falar sobre a escassez de água na capital, evidenciando que o problema não compõe o mosaico das preocupações de políticos e autoridades. Enquanto isso, o acesso a água de qualidade vai ficando cada vez mais difícil. Nos bairros mais distantes do centro, há um grande contingente de pessoas que não tem direito a água, não possui renda para comprá-la e recorre a meios não oficiais para conseguir suprir parte de suas necessidades quanto ao uso desse produto. Parece um absurdo que esse quadro seja parte da realidade dos porto-velhenses, mas é.
A falta de água na capital do estado de Rondônia é o reflexo da ausência de determinação e vontade pública de gestores públicos em fazerem valer os aspectos meramente importantes para a população que mora em Porto Velho, combinado com a ausência de uma política direcionada para o setor. Os problemas vivenciados no decorrer desses vinte anos é parte da herança negativa dessa postura. Não menos grave é a situação do esgoto e do saneamento.