A Argentina amanheceu nesta segunda-feira (27) com um novo equilíbrio de forças em seu sistema político. O partido La Libertad Avanza (LLA), liderado pelo presidente Javier Milei, conquistou 64 das 127 cadeiras em disputa na Câmara dos Deputados e 14 das 24 cadeiras no Senado, assegurando uma base legislativa sólida e ampliando seu poder de governabilidade.
O resultado é um feito inédito para um governo em meio de mandato. A coalizão liberal ultrapassou 40% dos votos nacionais, superando todas as previsões das pesquisas eleitorais e derrotando amplamente a aliança peronista Unión por la Patria, que obteve cerca de 44 cadeiras na Câmara e perdeu espaço em províncias-chave. No Senado, o peronismo conquistou aproximadamente 10 assentos, o que turbina a maioria da direita também na Câmara Alta, antes dominada por setores ligados ao kirchnerismo.
Em províncias tradicionalmente controladas pela esquerda, como Buenos Aires, Milei reverteu desvantagens históricas e saiu vencedor, depois de ter sido derrotado por 14 pontos em uma eleição regional há menos de dois meses. O partido também obteve vitórias acachapantes em Córdoba, Santa Fé e Mendoza, consolidando presença nas regiões mais populosas e produtivas do país.
O comparecimento às urnas chegou a 67%, sob forte mobilização popular em torno das pautas econômicas e institucionais defendidas pelo governo. A imprensa argentina já nomeia o resultado como “um terremoto político”, apontando que Milei agora possui força legislativa suficiente para avançar com reformas estruturais há muito bloqueadas pelo Congresso.
Entre as propostas que devem ganhar ritmo estão o ajuste fiscal, a redução do tamanho do Estado, a reforma trabalhista e a desregulamentação de setores estratégicos da economia. Analistas preveem que, com a nova correlação de forças, o presidente deixará de depender do apoio de blocos intermediários para aprovar medidas consideradas essenciais para seu programa federal.
(conexão politica)