Flávio reanima o bolsonarismo



O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ, foto) acelerou sua ofensiva de charme para tentar emplacar uma candidatura presidencial. O filho 01 de Jair Bolsonaro deu duas longas entrevistas ao vivo na segunda-feira, 15, e encantou os apoiadores do ex-presidente com sua oratória.

Há quem diga até que ele é melhor do que o pai. Aliás, o próprio Flávio quase tem dito isso nos últimos dias, ao se apresentar como um Bolsonaro mais moderado, que até toma vacina. Mas o senador toma o cuidado, sempre que parece se desgarrar do pai, de dizer que Jair é a referência.

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Para a militância mais fiel, machucada pela prisão de Bolsonaro, pela aprovação na Câmara do PL da Dosimetria em vez da anistia e pela derrubada de boa parte da tarifa adicional de Donald Trump e da sanção da Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes, a oratória de Flávio parece servir de consolo.

Empurrando a candidatura

A empolgação, visível nas redes sociais, soa mais como tentativa de empurrar a candidatura presidencial do senador do que com a constatação de suas qualidades como político.

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Os bolsonaristas querem acreditar — e tentam se convencer — de que Flávio pode assumir a “missão de dar continuidade ao projeto de nação”. E as próximas pesquisas de opinião pública serão determinantes para dar alguma perspectiva à empreitada, que tem data marcada para terminar, caso o senador não consiga sustentá-la, como informou reportagem de Crusoé.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça mostrou Flávio à frente de Tarcísio numa disputa com Lula, mas a rejeição do senador é maior do que as dos dois adversários.

Desconfiança

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Ainda que seja — e soe — artificial, esse empurrão da militância faz parte da estratégia para fortalecer o filho ungido por Bolsonaro para comandar a família. Mas o dólar segue em alta e a bolsa de valores ainda não se recuperou totalmente do susto causado pelo anúncio de sua candidatura.

Flávio ainda está longe também de convencer o mundo político de que sua candidatura é viável contra Lula, ainda que o petista decida não se candidatar no próximo ano.

Mas a militância bolsonarista vai fazendo, ainda que com alguma desconfiança, inclusive de expoentes como o pastor Silas Malafaia, o trabalho de fazer parecer que a escolha do ex-presidente pelo filho 01 de Bolsonaro foi acertada. A candidatura de Flávio depende, também, disso.



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