Cerca de mil indígenas que participavam da marcha do Acampamento Terra Livre romperam a linha de defesa da Polícia Militar do Distrito Federal, derrubaram os gradis e avançaram para o gramado do Congresso Nacional, no começo da noite desta quinta-feira (10/4).
As Polícias Legislativas Federais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal usaram agentes químicos para conter os indígenas. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do DF, duas mulheres foram atendidas com mal súbito. "Uma foi transportada para a UPA de São Sebastião e a outra para o IHBDF. Estavam conscientes, orientadas e estáveis", diz nota da corporação.
A assessoria da Câmara dos Deputados informou que a ação dos policiais legislativos foi tomada para impedir a entrada no Congresso Nacional. "O acordo com o movimento indígena, que reúne lideranças de diferentes etnias do país, era que os cerca de 5 mil manifestantes chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso. Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite. A situação já foi controlada e o policiamento das duas Casas Legislativas, reforçado", disse a Câmara dos Deputados.
A assessoria da Presidência do Senado Federal declarou que a dissuasão dos manifestantes foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida. "A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares", diz nota.
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que durante toda a semana realizou o acompanhamento e policiamento das manifestações. "Na data de hoje (10), ao final da manifestação, os manifestantes adentraram à área de segurança do Congresso Nacional, momento em que a segurança do Congresso Nacional, a Polícia Legislativa, atuou com material químico", disse a corporação.
O Correio procurou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mas a associação ainda não se manifestou.
Indígenas de todo o país marcharam do Complexo Cultural Íbero Americano até a Praça dos Três Poderes, nesta quinta-feira (10/4). A mobilização integra a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), realizado de 7 a 11 de abril, na capital federal.
O tema da marcha foi “A resposta somos nós”. Segundo os indígenas, o objetivo da mobilização foi mostrar ao governo e à sociedade a necessidade de agir contra a crise climática. Eles reivindicam o fim da era dos combustíveis fósseis, uma transição energética justa e o reconhecimento da importância dos povos originários e dos territórios tradicionais para a preservação da natureza.
(correio braziliense)
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