Embora haja especulações sobre sua candidatura ao governo, uma análise estratégica indica que a nomeação ao TCE seria a opção mais prudente, tanto para Sérgio, quanto para o governador Marcos Rocha (União Brasil), que articula sua candidatura ao Senado em 2026.
Apesar de ocupar a vice-governadoria, Sérgio Gonçalves não conseguiu consolidar sua imagem como um candidato competitivo. Pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas, realizada entre 9 e 13 de abril de 2025 com 1.640 entrevistados, aponta que Sérgio possui apenas 2,6% das intenções de voto. Ele aparece muito atrás de lideranças consolidadas como:
Na pesquisa espontânea, o desempenho de Sérgio é ainda mais modesto: apenas 0,1% dos eleitores mencionaram seu nome sem estímulo. Esses números revelam uma dificuldade estrutural para viabilizar sua candidatura, especialmente em um cenário polarizado e dominado por políticos com maior capital eleitoral e recall.
Se Marcos Rocha decidir, como tudo indica, deixar o cargo para disputar o Senado, Sérgio Gonçalves assumirá automaticamente o governo do estado. Embora constitucional, essa transição é carregada de riscos políticos.
A história recente de Rondônia mostra que mudanças no comando do Executivo costumam gerar instabilidade e traições. Exemplos emblemáticos incluem as derrotas de Orestes Muniz (1990), Chiquilito (1994) e Maurão de Carvalho (2018), todos vítimas de divisões internas em suas bases.
Se assumir o governo, Sérgio poderia usar a máquina pública para construir sua própria candidatura, potencialmente rivalizando com Marcos Rocha e fragmentando a base aliada. Mesmo que essa movimentação não fosse intencional, poderia ser percebida como uma traição, prejudicando a coesão do grupo político.
Uma estratégia bem-sucedida em contexto similar foi a adotada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que articulou a nomeação do seu vice, Thiago Pampolha, ao TCE-RJ. A manobra impediu que o vice assumisse o governo e usasse a estrutura pública para alavancar uma candidatura concorrente, ao mesmo tempo em que garantiu a permanência de um aliado em um posto estratégico.
Em Rondônia, a eventual indicação de Sérgio ao TCE seguiria a mesma lógica: estabilidade para a administração estadual, preservação da unidade política e proteção ao projeto de Marcos Rocha ao Senado.
A disputa ao governo de Rondônia em 2026 será marcada por uma fragmentação da direita, com figuras como Marcos Rogério e Ivo Cassol disputando a hegemonia. O senador lidera com 27,2%, seguido de perto pelo ex-governador Cassol, com 26,5%. Ambos possuem bases eleitorais sólidas e trajetórias políticas consolidadas.
O atual prefeito de Cacoal, Adaílton Fúria, surge como uma terceira via competitiva, com 18%, enquanto o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, aparece com 14,6%.
Neste cenário, Sérgio Gonçalves enfrentaria uma batalha eleitoral quase impossível. Sua entrada na disputa poderia apenas fragmentar ainda mais a direita, abrindo espaço para o fortalecimento da oposição.
A permanência de Sérgio na vice-governadoria também pode prejudicar diretamente a candidatura de Marcos Rocha ao Senado.
Recentemente, o governador substituiu Júnior Gonçalves, irmão de Sérgio, na chefia da Casa Civil, por Elias Resende, numa tentativa clara de fortalecer a articulação política com a Assembleia Legislativa e evitar a concentração de poder nas mãos da família Gonçalves.
Caso Sérgio assumisse o governo, poderia nomear aliados, redistribuir cargos e reconfigurar a administração estadual, gerando tensões com a base de Rocha e atrapalhando a campanha ao Senado.
A saída estratégica de Sérgio para o TCE eliminaria esse risco, permitindo que Marcos Rocha mantenha o controle político e se dedique integralmente à sua campanha.
A nomeação de Sérgio Gonçalves ao Tribunal de Contas traria vantagens significativas para todos os envolvidos:
Para Sérgio, seria uma ascensão a um cargo vitalício, de prestígio e influência, sem os riscos de uma eleição incerta.Sérgio Gonçalves está diante de uma escolha que pode definir o futuro político de Rondônia e o próprio destino de sua carreira. A opção pelo TCE representa uma solução estratégica inteligente, inspirada em exemplos bem-sucedidos, como o de Cláudio Castro no Rio.
Em um estado onde as divisões na direita já causaram derrotas no passado, a unidade política é essencial para garantir a governabilidade e a continuidade dos projetos iniciados.
Optar pelo TCE pode não apenas preservar a estabilidade política, mas também evitar traições e rachas que poderiam comprometer todo o grupo liderado por Marcos Rocha.
Em política, timing e estratégia são tudo — e para Sérgio Gonçalves, o momento parece indicar que o caminho mais seguro e vantajoso passa, sem dúvida, pelo Tribunal de Contas de Rondônia.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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