O FUTURO POLÍTICO DE RONDÔNIA - Sérgio Gonçalves poderá ser candidato ao governo de RO, mas acabará indo para o TCE

Por: Redação dia: 27/05/2025 11:33:48 na Categoria: Política

PORTO VELHO (RO) — Com as eleições de 2026 se aproximando, Rondônia vive um cenário político efervescente e de intensas articulações. No centro dessa conjuntura está o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil), que enfrenta uma encruzilhada política decisiva: manter-se na vice-governadoria, disputar o governo ou aceitar a indicação para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Embora haja especulações sobre sua candidatura ao governo, uma análise estratégica indica que a nomeação ao TCE seria a opção mais prudente, tanto para Sérgio, quanto para o governador Marcos Rocha (União Brasil), que articula sua candidatura ao Senado em 2026.

Sérgio Gonçalves não decola nas pesquisas

Apesar de ocupar a vice-governadoria, Sérgio Gonçalves não conseguiu consolidar sua imagem como um candidato competitivo. Pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas, realizada entre 9 e 13 de abril de 2025 com 1.640 entrevistados, aponta que Sérgio possui apenas 2,6% das intenções de voto. Ele aparece muito atrás de lideranças consolidadas como:

  • Marcos Rogério (PL): 27,2%
  • Ivo Cassol (PP): 26,5%
  • Adaílton Fúria (PSD): 18%
  • Hildon Chaves (União Brasil): 14,6%

Na pesquisa espontânea, o desempenho de Sérgio é ainda mais modesto: apenas 0,1% dos eleitores mencionaram seu nome sem estímulo. Esses números revelam uma dificuldade estrutural para viabilizar sua candidatura, especialmente em um cenário polarizado e dominado por políticos com maior capital eleitoral e recall.

O risco de traição e a instabilidade política

Se Marcos Rocha decidir, como tudo indica, deixar o cargo para disputar o Senado, Sérgio Gonçalves assumirá automaticamente o governo do estado. Embora constitucional, essa transição é carregada de riscos políticos.

A história recente de Rondônia mostra que mudanças no comando do Executivo costumam gerar instabilidade e traições. Exemplos emblemáticos incluem as derrotas de Orestes Muniz (1990), Chiquilito (1994) e Maurão de Carvalho (2018), todos vítimas de divisões internas em suas bases.

Se assumir o governo, Sérgio poderia usar a máquina pública para construir sua própria candidatura, potencialmente rivalizando com Marcos Rocha e fragmentando a base aliada. Mesmo que essa movimentação não fosse intencional, poderia ser percebida como uma traição, prejudicando a coesão do grupo político.

O exemplo de Cláudio Castro no Rio de Janeiro

Uma estratégia bem-sucedida em contexto similar foi a adotada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que articulou a nomeação do seu vice, Thiago Pampolha, ao TCE-RJ. A manobra impediu que o vice assumisse o governo e usasse a estrutura pública para alavancar uma candidatura concorrente, ao mesmo tempo em que garantiu a permanência de um aliado em um posto estratégico.

Em Rondônia, a eventual indicação de Sérgio ao TCE seguiria a mesma lógica: estabilidade para a administração estadual, preservação da unidade política e proteção ao projeto de Marcos Rocha ao Senado.

Marcos Rogério lidera; direita dividida favorece oposição

A disputa ao governo de Rondônia em 2026 será marcada por uma fragmentação da direita, com figuras como Marcos Rogério e Ivo Cassol disputando a hegemonia. O senador lidera com 27,2%, seguido de perto pelo ex-governador Cassol, com 26,5%. Ambos possuem bases eleitorais sólidas e trajetórias políticas consolidadas.

O atual prefeito de Cacoal, Adaílton Fúria, surge como uma terceira via competitiva, com 18%, enquanto o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, aparece com 14,6%.

Neste cenário, Sérgio Gonçalves enfrentaria uma batalha eleitoral quase impossível. Sua entrada na disputa poderia apenas fragmentar ainda mais a direita, abrindo espaço para o fortalecimento da oposição.

O impacto na candidatura de Marcos Rocha ao Senado

A permanência de Sérgio na vice-governadoria também pode prejudicar diretamente a candidatura de Marcos Rocha ao Senado.

Recentemente, o governador substituiu Júnior Gonçalves, irmão de Sérgio, na chefia da Casa Civil, por Elias Resende, numa tentativa clara de fortalecer a articulação política com a Assembleia Legislativa e evitar a concentração de poder nas mãos da família Gonçalves.

Caso Sérgio assumisse o governo, poderia nomear aliados, redistribuir cargos e reconfigurar a administração estadual, gerando tensões com a base de Rocha e atrapalhando a campanha ao Senado.

A saída estratégica de Sérgio para o TCE eliminaria esse risco, permitindo que Marcos Rocha mantenha o controle político e se dedique integralmente à sua campanha.

Todos ganhariam com a ida de Sérgio ao TCE

A nomeação de Sérgio Gonçalves ao Tribunal de Contas traria vantagens significativas para todos os envolvidos:

Para Sérgio, seria uma ascensão a um cargo vitalício, de prestígio e influência, sem os riscos de uma eleição incerta.
Para Marcos Rocha, a segurança de manter a coesão política até o fim do mandato e fortalecer sua candidatura ao Senado.
Para a base governista, a garantia de estabilidade e a prevenção de divisões internas que poderiam favorecer adversários.
Para Rondônia, a possibilidade de evitar uma crise política e manter a governabilidade em um período crucial.

Conclusão: estabilidade política e estratégia inteligente

Sérgio Gonçalves está diante de uma escolha que pode definir o futuro político de Rondônia e o próprio destino de sua carreira. A opção pelo TCE representa uma solução estratégica inteligente, inspirada em exemplos bem-sucedidos, como o de Cláudio Castro no Rio.

Em um estado onde as divisões na direita já causaram derrotas no passado, a unidade política é essencial para garantir a governabilidade e a continuidade dos projetos iniciados.

Optar pelo TCE pode não apenas preservar a estabilidade política, mas também evitar traições e rachas que poderiam comprometer todo o grupo liderado por Marcos Rocha.

Em política, timing e estratégia são tudo — e para Sérgio Gonçalves, o momento parece indicar que o caminho mais seguro e vantajoso passa, sem dúvida, pelo Tribunal de Contas de Rondônia.

Fonte: noticiastudoaqui.com


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