Após vivenciar momentos tensos em Israel, onde permaneceu por pelo menos cinco dias em um bunker de segurança máxima, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, está de volta ao Brasil. Ele agora enfrenta um novo tipo de batalha — não mais bélica, mas política — envolvendo seu próprio vice e aliados de governo.
Durante os ataques do Irã contra Israel, em resposta a operações israelenses contra instalações suspeitas de abrigar projetos nucleares, Rocha e sua comitiva experimentaram a dura realidade de um conflito armado, refugiando-se em instalações protegidas em Tel Aviv. Ao lado de sua equipe, o governador vivenciou o que muitos apenas acompanham pelos noticiários: alarmes antiaéreos, clima de tensão e abrigos subterrâneos para escapar dos bombardeios.
Mas a guerra ficou para trás — pelo menos a física. No retorno ao solo rondoniense, Marcos Rocha se depara com uma crise política em ebulição: as declarações públicas de seu vice, Sérgio Gonçalves, contra a nomeação do novo secretário-chefe da Casa Civil, Elias Resende.
Gonçalves, que rompeu o silêncio institucional, concedeu entrevistas a rádios e portais de notícia, criticando duramente a escolha de Resende, que substitui o ex-secretário Júnior Gonçalves — irmão do vice-governador. A repercussão causou constrangimento e abriu uma nova frente de tensão no Palácio Rio Madeira.
Até agora, o governador tem evitado confrontos diretos, reafirmando seu estilo de liderança pautado pelo distanciamento de "fofocas" e fake news. No entanto, os ataques do vice não se encaixam nessa categoria: são reais, públicos e de forte impacto político.
A partir de agora, Rocha terá que decidir entre tentar recompor a relação institucional com Sérgio Gonçalves — o que pode ser visto como tolerância com a insubordinação — ou partir para o rompimento político, o que implicaria renunciar a uma possível candidatura ao Senado em 2026 para permanecer no comando do estado até o fim do mandato.
O que está em jogo, mais do que cargos e indicações, é o equilíbrio interno do governo e a governabilidade nos próximos meses. Em outras palavras, o governador deixou para trás os mísseis iranianos, mas encontrou à sua espera os mísseis da política local — igualmente perigosos, ainda que silenciosos.
Fonte: noticiastudoaqui.com
Com informações de opiniãodeprimeira