OPINIÃO DE VALDEMIR CALDAS - Começou a “guerra dos ricos contra os pobres”

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Aproxima-se a eleição presidencial. Motivado pela derrota acachapante que o Congresso impôs ao seu governo durante a votação do IOF, o presidente Lula acaba de tirar da gaveta o velho discurso dos ricos contra os pobres, seguido à risca por seus séquitos.

O governo quer convencer a população de que o aumento do imposto só alcançaria os ricos, quando todo mundo sabe, inclusive petistas de carteirinha, que o reajuste impactaria no bolso de todos os consumidores, principalmente no salário daquele país de família que não tem dinheiro para comprar um tênis novo para o filho ir à escola e é obrigado a dividir o valor em três vezes ou mais.

Se o Congresso tivesse aprovado o imposto, como desejavam o governo e sua turma, o valor final da parcela do tênis subiria. Mas isso o governo não explica. Quer, a qualquer custo, arrancar mais dinheiro do trabalhador brasileiro para manter o inchaço quase teratológico da máquina oficial. Essa estratégia política, sempre usada às vésperas de pré-campanhas eleitorais, está superada.

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Usar o velho discurso de taxar grandes fortunas como saída para reduzir as desigualdades e garantir maior justiça social, só para criar um confronto entre segmentos da sociedade, não cabe mais na moldura dos tempos modernos. É sabido que a concentração de renda contribui para aprofundar o fosso entre ricos e pobres, mas há outros fatores relevantes que concorrem para aumentar as discrepâncias nas condições de vida da população brasileira, como é o caso da corrupção.

É impressionante como essa gente insiste em tentar separar o país entre ricos e pobres, como se o acúmulo de riqueza, adquirido honestamente, fosse uma espécie de maldição, que precisa ser combatido de qualquer jeito, não importa os instrumentos usados para essa finalidade. Quer dizer, criticam os ricos, mas querem viver como eles, morando em mansões, andando em carrões de luxo, hospedando-se em hotéis caríssimos, comendo em restaurantes finos, bebendo uísque e vinho importado, entre outras regalias.

Não faz muito tempo, um professor aposentado na UFRJ, em uma postagem no X, sugeriu o uso de “guilhotina” contra a família de um conhecido empresário brasileiro só porque a filha do casal, uma criança, apareceu numa foto ao lado dos pais usando uma bolsa de marca. Que absurdo! Quanta insensatez! E repare que o cidadão é um professor, alguém de quem se espera, até pelo grau de conhecimento da realidade social, no mínimo, uma conduta equilibrada, refletindo responsabilidade e bom senso em suas ações, mas, infelizmente, o que se tem visto no Brasil de hoje é exatamente o contrário, ou seja, uma brutal inversão de valores, uma guerra declarada entre “nós e eles”.

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